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terça-feira, 21 de março de 2017

PF investiga frigoríficos por corrupção e carne vencida

O frigorífico com problemas mais graves é o Peccin Agroindustrial, cujas unidades em Curitiba (PR) e Jaraguá do Sul (SC) foram interditadas pelo Ministério da Agricultura na semana passada

© Reuters
BRASIL CARNE FRACAHÁ 5 MINS
POR FOLHAPRESS






O Ministério da Agricultura divulgou nesta terça-feira (21) uma lista das irregularidades investigadas nos 21 frigoríficos que foram alvos da Operação Carne Fraca, na última sexta-feira (17), baseada em informações enviadas pela Polícia Federal.
Entre as irregularidades mais comuns estão corrupção e embaraço da fiscalização, além do uso de produtos vencidos e poluição ambiental.
O frigorífico com problemas mais graves é o Peccin Agroindustrial, cujas unidades em Curitiba (PR) e Jaraguá do Sul (SC) foram interditadas pelo Ministério da Agricultura na semana passada, a pedido da PF.
Nele, a PF identificou o uso de carne estragada em embutidos como salsicha e linguiça e aditivos e conservantes em limite acima do permitido.
Um frigorífico da Seara, pertencente à JBS, aparece na lista com "irregularidades no procedimento de certificação sanitária". A unidade fica na Lapa (PR), onde o ministro Blairo Maggi (Agricultura) cumpriu agenda nesta terça (21).
Já na planta da BRF em Mineiros (GO), também interditada, há suspeitas de corrupção, embaraço da fiscalização internacional e nacional e tentativa de evitar a suspensão da exportação -no episódio da carga com indícios de salmonela que foi enviada para a Europa.
A lista ainda relata casos de poluição ambiental (Frigomax Comércio de Carnes, em Apucarana), venda de produtos vencidos com troca de etiquetas (Frigorífico Larissa), transporte de produtos sem temperatura adequada e substituição de matéria-prima por outros tipos de carne (Frigorífico Souza Ramos).
O Ministério da Agricultura afastou 33 servidores suspeitos de irregularidades, que são investigados pela PF, e estabeleceu um sistema especial de vigilância nos frigoríficos que foram alvo da operação.
OUTRO LADO
Em nota, a Peccin Agroindustrial manifestou "forte repúdio" ao que chamou de "falsas alegações" da investigação. Para a empresa, a divulgação das informações foi motivada como "justificativa para a Operação Carne Fraca", porém, realizada de forma distorcida e precipitada.
A empresa diz estar à disposição das autoridades e que está confiante de que eles saberão "discernir a efetiva veracidade dos fatos".
A BRF e a JBS negam as acusações.
Em comunicado, a BRF diz que está colaborando com as autoridades, que não compactua com práticas ilícitas e que seus produtos e a comercialização deles seguem "rigorosos processos e controles".
Segundo a empresa, não houve irregularidade no caso da carga exportada para a Itália, porque, em 2011, a União Europeia definiu um novo regulamento para o controle de Salmonella em carne de aves produzidas localmente ou importadas. "O tipo de Salmonella encontrado em alguns lotes desses quatro contêineres é o Salmonella Saint Paul, que é tolerado pela legislação europeia para carnes in natura e, portanto, não justificaria a proibição de entrada na Itália", informou a companhia.
A JBS, por meio de sua assessoria, afirmou que a empresa e suas subsidiárias "atuam em absoluto cumprimento de todas as normas regulatórias em relação à produção e a comercialização de alimentos no país e no exterior e apoia as ações que visam punir o descumprimento de tais normas".
O grupo Argus também divulgou comunicado em que nega irregularidades, diz obedecer "rigorosamente" as observações sanitárias e de qualidade do Ministério da Agricultura e que se solidariza com a ação da PF, "entendendo que a mesma (operação) trará benefícios significativos ao setor, através de uma competitividade justa e adequada entre seus players".
O frigorífico Souza Ramos, do grupo Central de Carnes Paranaense Ltda, diz que "colaborou no que foi possível" e que vai continuar colaborando com a Polícia Federal. A empresa afirma seguir as exigências de qualidade.
A reportagem ainda não teve resposta das empresas a respeito da lista divulgada pelo Ministério da Agricultura nesta terça-feira, que especifica as condutas investigadas para cada local.
Confira a lista dos frigoríficos com licença suspensa:
1. Frigorífico Oregon S/A - Apucarana (PR)
2. Frango D M Industria e Comercio de Alimentos Ltda. - Arapongas (PR)
3. Seara Alimentos Ltda. - Lapa (PR)
4. Peccin Agro Industrial Ltda. - EPP - Jaraguá do Sul (SC)
5. BRF S/A - Mineiros (GO)
6. Frigorífico Argus Ltda. - São José dos Pinhais (PR)
7. Frigomax Frigorífico e Comércio de Carnes Ltda. - Arapongas (PR)
8. Industria e Comercio de Carnes Frigosantos Ltda. - Campo Magro (PR)
9. Peccin Agro Industrial Ltda.- Curitiba (PR)
10. JJZ Alimentos S. A. - Goianira (GO)
11. Balsa Comércio de Alimentos EIRELI - ME - Balsa Nova (PR)
12. Madero Industria e Comercios S. A. - Ponta Grossa (PR)
13. Frigorífico Rainha da Paz Ltda. - ME - Ibiporã (PR)
14. Indústria de Laticínios S. S. P. M. A. Ltda. - Sapopemba (PR)
15. Breyer & CIA Ltda. - União da Vitória (PR)
16. Frigorífico Larissa Ltda. - Iporã (PR)
17. Central de Carnes Paranaense Ltda. - ME - Colombo (PR)
18. Frigorífico Souza Ramos Ltda. - Colombo (PR)
19. E. H. Constantino & Constantino Ltda. - Londrina (PR)
20. Fábrica de Farinhas de Carne Castro Ltda. - Castro (PR)
21. Transmeat Logística, Transportes e Serviços Ltda. - Balsa Nova (PR). Com informações da Folhapress.
21\03\2017

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