A liberdade concedida pelo Supremo Tribunal Federal ao ex-ministro José Dirceu, classificada como destruição da Lava Jato pelo procurador Carlos Fernando Lima, pode ter um efeito prático sobre a operação: inibir as delações premiadas do ex-ministro Antonio Palocci e do ex-deputado Eduardo Cunha; Palocci havia sinalizado a intenção de falar e ameaçou delatar o sistema financeiro, assim como grupos de comunicação; Cunha, por sua vez, teria capacidade para derrubar todo o núcleo duro do governo federal, incluindo Michel Temer; agora, os dois podem esperar que a mesma decisão tomada em relação a Dirceu se aplique a eles
Paraná 247 – Neste exato momento, tanto o ex-ministro Antônio Palocci como o ex-deputado Eduardo Cunha devem estar reavaliando suas estratégias jurídicas.
Em seu depoimento ao juiz Sergio Moro, Palocci sinalizou a intenção de delatar, mas mandou recados para o sistema financeiro e para os meios de comunicação, indicando que poderia dar mais um ano de trabalho para a força-tarefa da Lava Jato, se contasse o que sabe.
Cunha, por sua vez, não se cansa de repetir a história dos cinco amigos: um que virou presidente [Michel Temer], três que se tornaram ministros [Eliseu Padilha, Moreira Franco e Geddel Vieira Lima] e um que acabou preso [ele próprio].
Ou seja: os dois vinham flertando com a possibilidade de se tornarem delatores, imaginando que teriam prisões perpétuas em Curitiba, mesmo sem condenações em segunda instância.
Agora, como José Dirceu ganhou o direito de responder em liberdade, ambos podem conter seus impulsos de se tornarem delatores.
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