Lideranças do partido passaram a assumir um tom mais ameno em relação ao governo da
presidente Dilma Rousseff
Publicado em 30/10/2014, às 08h00
Prefeito Geraldo Julio diz que partido continua no campo de esquerda
Ala do partido responsável pelas críticas mais duras feitas à presidente Dilma Rousseff durante a campanha, o PSB de Pernambuco mudou o tom após o resultado do pleito presidencial. As lideranças do partido adotaram um discurso bem menos agressivo em relação ao governo da petista. Os socialistas destacam que a pretensão é manter a legenda independente no próximo governo, afastando a possibilidade de se aproximar de partidos como o PSDB, que contou com o apoio do PSB no segundo turno.
O prefeito do Recife, Geraldo Julio, que durante a campanha desferiu duras críticas a Dilma Rousseff, assumiu uma nova conduta após a derrota de Aécio Neves. Na semana passada, ele chegou a dizer que o PT “não entregou uma obra importante em Pernambuco e no Nordeste”. Ontem, porém, Geraldo disse que o País passa por uma série de dificuldades, o que atrapalha o repasse de recursos para estados e municípios.
“Esse ano o quadro fiscal, as finanças do governo federal estão muito apertadas. O governo federal teve dificuldade de fazer liberações não só para o Recife e Pernambuco, mas para o Brasil inteiro”, disse o prefeito em entrevista à Rádio Jornal. Na semana passada, o socialista fez várias insinuações de que a gestão federal estaria retaliando o Estado. Ele chegou a dizer que o PT “virou as costas para o povo”.
Sobre a posição do PSB, as lideranças do partido em Pernambuco alegam que a legenda estará ao lado do povo. Depois da aliança com o PSDB, existe uma preocupação para afastar a versão de que a sigla estaria alinhada com partidos ligados à direita. “A gente está mais perto da nossa história, da história do PSB. Somos um partido do campo popular, temos compromisso forte com o povo e sempre vamos ter”, disse Geraldo.
O alinhamento com os tucanos foi defendido pela ala pernambucana, que teve papel preponderante no fortalecimento da candidatura presidencial do PSB - inicialmente com o ex-governador Eduardo Campos.
O presidente estadual do PSB, Sileno Guedes, também reforça o discurso de que o partido continua no campo de esquerda. O dirigente não disse claramente qual a posição que a legenda deveria tomar no âmbito nacional. No entanto, destaca que o PSB continua como partido de esquerda. “(O PSB) vai se posicionar onde sempre esteve. Vamos ficar no campo democrático, no campo dos partidos políticos ligados aos movimentos populares e em sintonia com suas bandeiras históricas de esquerda”, disse.
Deputado federal eleito, Tadeu Alencar negou aceno ao PT, mas também focou no distanciamento do PSDB. “Não temos identidade plena (com os partidos da oposição), temos diferenças históricas”.
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