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sexta-feira, 12 de julho de 2013

Grupo X » Bancos renegociam quase R$ 1,5 bilhão da dívida de curto prazo de Eike

Publicação: 12/07/2013 09:16 

Os bancos Itaú e Bradesco, os dois maiores privados do Brasil, renegociaram quase R$ 1,5 bilhão da dívida de curto prazo do grupo do empresário Eike Batista. Com o acordo, as instituições agora aguardam que o empresário venda fatias de suas empresas para pagar os credores. Além disso, querem evitar assumir perdas com o grupo, comprometendo e capacidade de oferecer crédito e lucro.

De acordo com reportagem veiculada na edição online desta sexta-feira (12) na Folha/Uol, Itaú e Bradesco concordaram em estender o prazo da dívida, apesar da queda drástica no preço das ações das empressas de Batista e da dificuldade de obter garantias reais, como imóveis, equipamentos, contas a receber, que os protejam em caso de calote.

Desde o mês de junho as partes vêm negociando a troca de garantias, quando venciam R$ 804 milhões do estaleiro OSX e da MPX. Essas garantias reais do grupo, no entanto, podem não ser suficientes para cobrir as dívidas de curto prazo. Segundo a Folha/Uol, até março de 2014, o OGX terá mais R$ 6,4 bilhões vencendo. No total, as dívidas somam R$ 23 bilhões. 

O Itaú BBA aceitou reescalonar o pagamento de R$ 515,5 milhões da OSX, que venceram em junho. Mas a empresa informou que parte desse montante foi pago e o restante teve o prazo estendido. Também confirmou, de acordo com a reportagem, que não há nenhuma parcela em aberto. Já a LLX, dona do porto do Açu (RJ), renegociou R$ 589 milhões com o Bradesco, cujo vencimento ocorreu em abril. A empresa não revelou se houve mudança nas garantias, mas confirmou que os juros ficaram. 

A MPX, que está fora do Grupo X e é controlada pela E.ON, rolou R$ 289 milhões com o Itaú BBA, que venceram em junho. A E.ON pagou R$ 1,5 bilhão por 24,5% das ações de Eike. Todas as dívidas da MPX que venciam até julho tiveram prazo estendido para dezembro.

Segundo as partes envolvidas na renegociação, os bancos resolveram dar mais tempo ao empresário na expectativa de que ele venda o restante das ações da MPX e também uma fatia (ou o controle) da mineradora MMX. A Glencore e a Trafigura, empresas de commodities, avaliam comprar o porto do Sudeste, da MMX.

No Banco Nacional de Desenvolvimento Econômicos e Social (BNDES), a dívida com vencimento mais próximo é da OSX. O estaleiro terá de pagar R$ 491 milhões em agosto. A LLX diz que está em "negociações avançadas" com o banco para saldar R$ 510 milhões que vencem em setembro, mas o BNDES não comentou sobre este ponto. O banco estatal aprovou R$ 10,4 bilhões em empréstimos ao grupo X, mas nem todo o valor foi liberado.

Excluindo a parte que não foi desembolsada e os empréstimos à MPX, que agora pertence aos alemães, o saldo é de R$ 2 bilhões, conforme apurou a Folha/Uol. O governo federal, porém, avalia que um eventual calote do Grupo X traria um prejuízo inferior a R$ 2 bilhões, já que 75% dos empréstimos têm fiança bancária. Para os bancos, não interessa utilizar as fianças nem impelir partes do grupo a buscarem recuperação judicial. As garantias podem ser requisitadas pela Justiça para pagar funcionários antes dos bancos. Itaú e Bradesco não se posicionaram sobre o assunto.

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