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quinta-feira, 4 de julho de 2013

Proposta de Chico Vigilante prevê consulta popular para evitar privatizações no DF

Proposta de Chico Vigilante prevê consulta popular para evitar privatizações no DFO deputado Chico Vigilante, líder do Bloco PT/PRB, na CLDF, promoveu um debate sobre a preservação do patrimônio público do Distrito Federal, na sessão ordinária de hoje (23), quando foi discutida o Projeto de Emenda à Lei Orgânica (PELO) nº 52/2013, que estabelece a necessidade de uma lei específica e a realização de um referendo popular em casos de privatização de empresas e sociedades de economia mista de propriedade do DF, mas também os trabalhadores.
Para o deputado Chico Vigilante, o PELO nº 52, garantirá por meio de referendo que a população se posicione sobre qualquer tentativa de privatização das empresas estatais. E citou um dispositivo semelhante que já existe, por exemplo, em Minas Gerais, e que evitou a privatização da CEMIG, a companhia energética daquele estadoo. A proposta do deputado altera o inciso XVIII do artigo 19 da Lei Orgânica do DF, que diz:
“A criação, transformação, fusão, cisão, incorporação, privatização ou extinção de sociedades de economia mista, autarquias, fundações e empresas públicas depende de lei específica, bem como a alienação de ações que garantem o controle direto ou indireto de empresas públicas e sociedades de economia mista pelo DF”.
Chico Vigilante citou o caso da CEB como exemplo de estatal que deve ser protegida para evitar o que ocorreu recentemente, quando a Companhia foi encontrada pelo governo de Agnelo Queiroz completamente destroçada e com uma dívida de mais de R$840 milhões.
“Se a CEB fosse privatizada duvido que localidades como condomínio Sol Nascente e Pôr do Sol tivesse sido iluminados. O que nós levamos com a CEB para esses locais foi cidadania e dignidade”, enfatizou o distrital. Uma vez aprovada o PELO, faz-se um referendo e a população vai dizer se quer ou não que a empresa pública do governo ou estatal seja privatizada. Entre outros exemplos, estão a Companhia Metropolitana (Metrô/DF), Caesb, Banco de Brasília.
O parlamentar lembrou que, recentemente, por pouco o DF não perdeu o BRB, que seria vendido por R$800 milhões. “O BRB não é só um banco que visa apenas o lucro, funciona como se fosse uma glomerado de empresas ao fomentar o desenvolvimento econômico e social do DF. O BRB chega em locais onde outros bancos nunca irão, apenas para atender a população”, destacou Chico. Como a cidade Estrutural onde em breve será construído uma agência do BRB.
As estatais BRB E CEB
Paulo Roberto Evangelista, presidente do BRB, ressaltou que as nações com estatais bem geridas enfrentam de forma mais amena a atual crise internacional e defendeu também a participação dos bancos públicos brasileiros na redução das taxas de juros e na ampliação do crédito. Segundo ele, o BRB guarda um documento chamado de os 13 pontos de Agnelo Queiroz, sendo o principal dele o compromisso de fortalecimento da instituição BRB.  “Fazemos parcerias, mas nunca sem perder o controle, sob o risco de perder capacidade de desenvolvimento”, ressaltou.
Já o presidente da CEB, Rubem Fonseca, foi taxativo ao defender imediata blindagem da CEB, como forma de evitar que a empresa volte a ser quebrada, como aconteceu em gestões passadas ao ser explorada para outros financiamentos mirabolantes, como foi a construção de Corumbá IV. Para ele, a ideia de que as empresas privadas prestam, por natureza, serviços melhores que os das empresas estatais, estão inteiramente equivocadas.
“A CEB chegou a ser a melhor concessionária do país no governo de Cristovam Buarque (pelo PT). Este ano, a presidente Dilma fez intervenções em oito distribuidoras privadas de energia. As oito privadas. Você (Chico) citou a Celpa. Foi feita uma intervenção federal, estão lá fazendo uma privatização. No Mato Grosso e Mato Grosso do Sul, estão todas sob intervenção federal. Por quê? Porque prestam péssimo serviço à população. O Poder teve que ir lá fazer uma intervenção para que a população, os consumidores fossem defendidos”, alertou Fonseca.
Rubem ressaltou a importância do projeto do deputado Chico Vigilante, como fundamental para promover discussão sobre a questão privado-estatal. “O que o consumidor quer bons serviços, com qualidade e eficiência. Ele paga e quer bons serviços e, trabalhando, a gente percebe que hoje essa é uma contradição que não é a questão central”, destacou.
Defesa dos trabalhadores
O diretor do Sindicato dos Trabalhadores nas Indústrias Urbanas (STIU-DF), Jeová de Oliveira, um dos idealizadores do PELO nº 52/2013, observou que a Proposta fortalece a participação popular nas decisões do Estado. “É comum assistirmos decisões que não constavam nos programas de governo e contrariam suas próprias teses. Tudo isso sem consultar a população”. Segundo ele, se depender dos trabalhadores: “Vamos encher as galerias desta Casa e ir de gabinete em gabinete até que a Proposta seja aprovada”, enfatizou. Segundo ele, o projeto de Vigilante protege as empresas públicas do governo.

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