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quinta-feira, 24 de maio de 2018

Metroviários de PE se reúnem para decidir se entram em estado de greve

Os metroviários pedem um ajuste salarial, que está sendo discutido há um ano com o Governo. Também alertam para as péssimas condições de trabalho

Publicado em 24/05/2018, às 14h45

O Sindmetro-PE ainda destaca a sobrecarga nas plataformas e superlotação do metrô, por conta de mais da metade da frota estar parada por falta de manutenção / Foto: Diego Nigro/JC Imagem
O Sindmetro-PE ainda destaca a sobrecarga nas plataformas e superlotação do metrô, por conta de mais da metade da frota estar parada por falta de manutenção
Foto: Diego Nigro/JC Imagem
JC Online

Metroviários de Pernambuco realizam uma assembleia nesta quinta-feira (24), com indicativo de Estado de Greve, caso o Governo não entre em acordo com a proposta salarial, que é discutida há um ano entre a categoria e a gestão. Os trabalhadores se reunirão no pátio da Estação Central do Recife, no bairro de São José, na área central da capital.

De acordo com Levi Arruda, diretor de comunicação do  Sindicato dos Trabalhadores em Empresa de Transportes Metroviários e Conexos do Estado de Pernambuco (Sindmetro-PE), a categoria negocia a reposição salarial de 2017, que está em processo no dissídio no Tribunal Superior do Trabalho (TST).

1.800 trabalhadores estão envolvidos na possível paralisação que pede a valorização dos metroviários e melhoria no serviço oferecido pela Companhia Brasileira de Trens Urbanos (CBTU). Ainda segundo o sindicato, “a CBTU e o governo se utilizam de manobras para protelar a situação, o que agrava a insatisfação da categoria que opera um cenário caótico”


Os trabalhadores reivindicam a sobrecarga no trabalho, que, mesmo com o aumento da tarifa, não há melhoria na infraestrutura dos metrôs, nem condições de trabalho aos funcionários. “Isso pesa muito no dia a dia. Cria um ambiente de colapso, que já estamos vivendo nos últimos dois anos e não tem melhoria no sistema”, lamenta Levi.

A primeira rodada de negociação aconteceu em abril deste ano, mas não foi possível um acordo entre as partes envolvidas. Em maio, após o governo tentar cancelar a reunião, foi pedido uma mediação do órgão em Brasília, que decidiu uma contraproposta de reajuste de 1,8% na base salarial da categoria, que varia de acordo com cada função.


Levi Arruda destaca que a administração removeu algumas cláusulas que beneficiavam os funcionários , e os responsáveis pela decisão não explicam com clareza os prós e contras das decisões tomadas. O reajuste salarial não é aceito mediante as condições que eles são expostos.

Faltam trilhos no metrô e ferramentas para a manutenção


“Paralelo há todas essas decisões que não nos explicam, há uma péssima condição do sistema. Além de que, a empresa ameaça interromper as operações, por conta da decisão de privatizar o metrô. A direção e o governo consideram a ideia de iniciativa privada, mas não têm plano de trabalho para recuperar as condições do sistema”, conta o diretor de comunicação do Sindmetro-PE.

O Sindicato ainda alega que faltam trilhos do metrô. A equipe de manutenção leva ferramentas de uso pessoal para o trabalho, por não terem os recursos necessários para trabalhar. “Metade das frotas estão paradas por falta de peças de reposição. Isso causa sobrecarga nos outros veículos, superlotação nas plataformas e precárias condições de serviço”, destaca a categoria. A contratação de mais agentes de segurança também é solicitada pelos metroviários.

Estado de Greve


O presidente do Sindmetro-PE, Getúlio Basílio, se reúne durante toda a tarde em Brasília com parlamentares e outras categorias sindicais para solucionar a tramitação. A estratégia é articular uma ação conjunta de metroviários a nível nacional. Dependendo da decisão desta reunião, os trabalhadores definirão se entram ou não em Estado de Greve.
“O ato é uma comunicação à população e ao governo sobre o caos que está sendo enfrentado pelos trabalhadores desta categoria. Caso a decisão não seja aceita pelo Sindicato, os metroviários deixam o alerta de que podem entrar em greve a qualquer momento”, pontua Levi Arruda.

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