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sábado, 23 de novembro de 2013

GOVERNO Eduardo Campos e a tentativa de driblar desgastes

Estratégia é usada de novo pelo governador, agora ao anunciar o ingresso do Estado no Sistema 

Nacional de Cultura, após semana marcada por polêmica na área

Publicado em 23/11/2013, às 07h00

 / Aluísio Moreira/Divulgação

Aluísio Moreira/Divulgação

Preocupado com sua imagem de gestor público, já que no próximo ano se lançará candidato à Presidência da República, o governador Eduardo Campos (PSB) tem se desdobrado na tentativa de driblar as agendas negativas. O novo capítulo do esforço se deu ontem, quando anunciou adesão do Estado ao Sistema Nacional de Cultura (SNC).
Há pelo menos um mês ele não cumpria agenda pública referente à área cultural e decidiu divulgar a iniciativa na semana em que artistas criticaram publicamente as informações de bastidores de que a Secretaria de Cultura seria extinta na reforma do secretariado.
Apesar de ter anunciado o ingresso no Sistema Nacional, Eduardo ainda precisa aprovar na Assembleia Legislativa projeto de lei para criar um conselho e atender às exigências do governo federal para concretizar a ação. A matéria sequer será votada este ano, já que o prazo para apresentar propostas a serem apreciadas até dezembro já se esgotou.
Para afagar a classe artística após o mal-estar, o governador, além de ter mantido a secretaria e feito o anúncio da adesão, ainda fez do seu discurso na cerimônia de ontem uma prestação de contas da atuação do governo na Cultura.
“Em 2006, o orçamento do Funcultura (Fundo Pernambucano de Incentivo à Cultura) era de R$ 4 milhões. Hoje, temos R$ 33,5 milhões. Proporcionalmente, somos o Estado que mais investe em Cultura. Se o governo federal investisse o volume que investimos na área, o Brasil teria o dobro de recursos”, provocou. Em resposta indireta às reclamações dos artistas sobre o fim da secretaria, ele exaltou que “exercita o diálogo todos os dias”.
Ele também criticou a concentração de recursos para a cultura no Sudeste. Segundo ele, a região detém 75% dos investimentos federais, enquanto que apenas 6% são destinados para o Nordeste. “Quem governa tem que saber dividir”, cutucou. O socialista prometeu levar esta queixa à Conferência Nacional de Cultura - marcada para começar no próximo dia 27 -, que contará com 50 representantes de Pernambuco.
Em outra demonstração de que a agenda do governador vem sendo pautada em contornar desgastes, na semana passada, ele inaugurou um Centro de Atendimento Socioeducativo (Case) cujas obras estavam visivelmente inacabadas, um dia após instituições ligadas aos direitos humanos anunciarem que apresentariam denúncia à Organização das Nações Unidas (ONU) sobre casos de violação sofridos por jovens em conflito com a lei sob a tutela do Estado.

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