Páginas

Pesquisar este blog

segunda-feira, 26 de dezembro de 2016

Coro do Exército Vermelho, um símbolo da Rússia no mundo

25 de dezembro de 2016 - 23h11 


  
Fundado em 1928, o Conjunto Alexandrov, conhecido nas digressões como o coro do Exército Vermelho, é o coro oficial das Forças Armadas Russas e reúne cerca de 200 cantores, músicos e dançarinos.

O seu repertório tem mais de 2.000 obras - canções folclóricas, composições em homenagem à URSS, música sacra e alguns sucessos internacionais -, que interpretam com as suas vozes potentes, acompanhadas de coreografias repletas de acrobacias.

O conjunto, um dos poucos que se apresentava no exterior durante a época soviética, fez também centenas de concertos na URSS, gravou dezenas de discos e impôs-se como uma presença habitual nas festas públicas.

Durante a II Guerra Mundial, os seus músicos não descansavam. Fizeram mais de 1.500 apresentações para os soldados soviéticos em zonas de combate e nos hospitais.

O seu fundador, o general e compositor Alexandre Alexandrov, dirigiu o coro durante 18 anos, sucedendo-lhe o seu filho Boris, que liderou o grupo entre 1946 e 1987.

O seu atual diretor, Valeri Khalilov, estava no avião que caiu este domingo no Mar Negro quando se dirigia à base aérea russa de Hmeimim, perto de Latakia, no noroeste da Síria, onde iam celebrar o Ano Novo com os soldados.

"Perda irreparável" 

Khalilov "fez uma grande contribuição à cultura contemporânea como maestro e compositor", declarou a vice primeira-ministra russa Olga Golodets à agência oficial TASS, qualificando a sua morte de "perda irreparável".

"É uma grande injustiça", afirmou o pianista Denis Matsuyev, que lamentou a perda de um "maestro excelente". "O Conjunto Alexandrov é um cartão-de-visita da cultura russa", acrescentou, segundo a agência pública Ria-Novosti.

Ovacionado pelo público durante as suas numerosas digressões em mais de 70 países, tanto na Europa como na Ásia, o coro recebeu em 1935 a Ordem da Bandeira Vermelha, um dos maiores reconhecimentos soviéticos, pelos seus "méritos excepcionais na cultura".

"O Conjunto Alexandrov é um dos melhores do mundo. Apresentava-se em zonas de conflito (...). É uma terrível tragédia", disse Elena Chtcherbakova, diretora artística do Ballet Igor Moiseyev, à Ria-Novosti.

O coro do Exército Vermelho cantou para as tropas em diversas zonas de combate, do Afeganistão aos Balcãs.

"Eles iam para a Síria com uma grande missão, uma missão de paz", disse o primeiro-ministro russo, Dimitri Medvedev. "É impossível aceitar essa perda", acrescentou.

Assista abaixo uma apresentaçãol do coro:




O acidente


O avião militar russo - Tupolev Tu-154 - que caiu este domingo no Mar Negro desapareceu dos radares logo após a decolagem às 5h27 do aeroporto da cidade de Adler, ao sul do balneário de Sochi, no Mar Negro. Dirigia-se para a base aérea de Hmeimim, perto de Latakia, no noroeste da Síria.

"A zona da catástrofe do Tu-154 foi determinada. Não há sinais de sobreviventes", declarou o porta-voz do Exército russo, Igor Konanchenkov. Os destroços do avião foram encontrados a 1,5 quilómetros da costa, a cerca de 70 metros de profundidade.

O presidente russo, Vladimir Putin, ordenou a formação de uma comissão de investigação liderada pelo primeiro-ministro Dmitri Medvedev para determinar as causas do acidente e anunciou que segunda-feira será dia de luto nacional pelas vítimas do acidente. "Amanhã será decretado dia de luto nacional", disse Putin na televisão russa. O chefe de Estado expressou "suas mais profundas condolências" e afirmou que será feita "uma investigação exaustiva" para apurar as causas do acidente e que "tudo será feito para apoiar os familiares das vítimas".

O presidente do Conselho da Federação para a Defesa e Segurança, Viktor Ozerov, afirma que não há nenhuma hipótese de ter sido um atentado, apontando para uma falha técnica ou erro humano como causas do acidente. "Nem considero a hipótese de um atentado. É um avião do Ministério da Defesa, estava no espaço aéreo da Federação da Rússia, tal cenário não é possível ", afirmou.

O avião levava 84 passageiros e oito tripulantes, de acordo com o ministério, que informou que equipas de resgate foram enviadas para a área para tentar localizar as vítimas. A lista de passageiros publicada pelo ministério além de incluir 64 membros do Conjunto Alexandrov, inclui também oito tripulantes, nove jornalistas, dois fu
ncionários civis e a diretora de uma organização de caridade respeitada na Rússia, Elizaveta Glinka. Conhecida como "Doutora Liza", ela levava medicamentos para o Hospital Universitário de Latakia, segundo o diretor do Conselho dos Direitos Humanos para o Kremlin, Mikhail Fedotov, em comunicado citado pela agência de notícias Interfax.

Investigação
Uma investigação criminal foi aberta para determinar se violações das regras de segurança da aviação provocaram o acidente, indicou o Comitê de Investigação da Rússia, órgão responsável pelas investigações mais importantes do país. Os investigadores estão interrogando os técnicos que prepararam a aeronave, segundo a mesma fonte.

Nenhuma hipótese é destacada como tendo maior probabilidade na queda deste avião, que opera há 33 anos. Segundo o ministério da Defesa, o avião tinha 6.689 horas de voo desde 1983.

Vários Tu-154, uma aeronave de concepção soviética, sofreram acidentes no passado. Em abril de 2010, um dispositivo deste tipo transportando 96 pessoas, incluindo o presidente Lech Kaczynski e autoridades polacas caiu ao tentar pousar perto de Smolensk (oeste da Rússia) e todos os seus ocupantes morreram.







Fonte: Sapo/Portugal

Nenhum comentário:

Postar um comentário