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segunda-feira, 21 de dezembro de 2015

GOVERNO Analistas que falaram com Barbosa temem guinada na política econômica

Um dos temores, que ficou claro nas perguntas feitas ao ministro, foi com as receitas necessárias


para garantir a meta fiscal de 0,5%

Publicado em 21/12/2015, às 17h45

Do JC Online

O analistas temem que Barbosa promova uma guinada na política econômica traçada no início do ano e buscaram ouvir dele mais detalhes da sua proposta / Foto: Reinaldo Ferrigno/Agencia Camara


O analistas temem que Barbosa promova uma guinada na política



 econômica traçada no início do ano e buscaram ouvir 



dele mais detalhes da sua proposta



Foto: Reinaldo Ferrigno/Agencia Camara



A grande preocupação dos analistas do mercado financeiro que participaram de conferência nesta segunda-feira (21) com o novo ministro da Fazenda, Nelson Barbosa, foi com a capacidade do governo em conseguir reequilibrar as contas e reverter o déficit orçamentário atual num cenário de retração da economia. Enquanto, o ministro falava, no entanto, o dólar bateu a marca de R$ 4, atingindo R$ 4,0013, por volta de 12h50.
O analistas temem que Barbosa promova uma guinada na política econômica traçada no início do ano e buscaram ouvir dele mais detalhes da sua proposta.

Um dos temores, que ficou claro nas perguntas feitas ao ministro, foi com as receitas necessárias para garantir a meta fiscal de 0,5% do Produto Interno Bruto (PIB). Atingir a meta foi o primeiro compromisso assumido pelo novo ministro durante a entrevista coletiva que concedeu ao ter seu nome anunciado, na sexta-feira da semana passada.

Entre as cobranças dos investidores estava uma base sólida para as promessas que vem fazendo. O ministro foi questionado sobre como irá aprovar medidas no Congresso Nacional em meio à crise política e sobre a meta fiscal do próximo ano, que não foi aprovada nos termos que o governo pediu ao Congresso. O ministro tentou transmitir confiança.

Barbosa foi firme e disse que é possível tanto o cumprimento da meta de 2016 quanto a aprovação de matérias no Legislativo. O ministro chegou a citar 2015 como um ano difícil, mas com grandes aprovações.
Os analistas também concentraram suas perguntas na busca de mais informações sobre o compromisso do ministro com reformas, principalmente a da Previdência. Nelson reforçou que ela será prioritária, mas não aprofundou detalhes. 

Outro ponto abordado foi o da regra do reajuste do salário mínimo. O mercado teme que o governo muda a regra prejudicando ainda mais as contas públicas. É que grande parte das despesas do governo está atrelada à correção do mínimo. Nelson garantiu que não haverá mudanças. 

Sobre o BNDES, se comprometeu com estratégia do ex-ministro Joaquim Levy de acabar com os empréstimos do Tesouro Nacional. 

"Ouvi mais elogios do que críticas em relação à fala do ministro, mas acho que o ceticismo do mercado e o estigma de ter sido o contraponto do Levy pesam muito contra nesse estágio inicial. Vai ter que conquistar a confiança passo a passo!", disse ao Broadcast, serviço de notícias em tempo real da Agência Estado, um economista de um banco estrangeiro que participou da conferência. 

Para ele, a única "vantagem" para o ministro é que as expectativas estão muito baixas. "Se conseguirem aprovar uma agenda fiscal mínima, será visto como grande vitória", disse ele.

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