Na mesma entrevista, para jornal dos EUA, Temer afirma que 'não a chamaria de corrupta', se referindo à Dilma Rousseff.
Pela primeira vez desde que assumiu o poder no Planalto Central, o presidente interino Michel Temer falou com a imprensa internacional, mais especificamente com o jornal Washington Post, por meio da jornalista Lally Weymouth.
Um fato curioso que causou críticas um tanto ácidas por parte de algumas pessoas, foi a fala de Temer quando diz que, com a aproximação da abertura dos Jogos Olímpicos, não seria aconselhável que o Brasil tivesse dois presidentes; entretanto, nesse momento de profunda instabilidade político-social pela qual atravessa o país, certamente, há tópicos de muito maior relevância aos brasileiros.
Se pudesse ser feito um rápido resumo do teor da entrevista de Temer ao jornal norte-americano, poderia se dizer que os temas abordados foram bem diversificados, incluindo desde a Olimpíada até as crises internas, com casos de corrupção que se amontoam no cenário político brasileiro. O interino apresentou respostas curtas, defendendo a sua legitimidade enquanto presidente.
Lally Weymouth fez absoluta questão de situar Michel Temer frente aos inúmeros problemas que tumultuam o governo de poucas semanas, onde, por exemplo, três ministros foram afastados em tão poucos dias, acusados de corrupção e já com o ministro da Educação, Mendonça Filho, podendo ser o quarto a ser deposto, também sob a acusação de receber propinas durante a campanha eleitoral de 2014.
Temer frisou que fornece apoio às investigações da famosa Operação Lava Jato e que essa não prejudica a sua atuação enquanto presidente. Em contrapartida, Weymouth indagou ao interino se é fato que ele tenha solicitado dinheiro para um candidato que estava na disputa pela prefeitura de São Paulo no ano de 2012, conforme assegurou Sérgio Machado, ex-presidente da Transpetro, à Polícia Federal.
O presidente interino elaborou a sua resposta negando qualquer intermediação nesse tipo de envolvimento, no mínimo escuso, com Sérgio Machado, simplesmente ao dizer que está na vida pública por 33 anos, que foi presidente da Câmara três vezes e vice-presidente do país por duas oportunidades. Desse modo, pela lógica de Temer, ele nunca teria que se dirigir a Sérgio Machado para solicitar qualquer coisa que fosse.
Temer disse ainda não acreditar que a corrupção do Brasil seja um componente endêmico à estrutura política da nação, antes, porém, é algo individualizado. Porém, ao menos na imprensa em geral, não é o que corresponde à realidade, visto as sucessivas explosões de delações premiadas, fraudes orçamentárias e evasão de divisas do país para o exterior, por meio de seus governantes.
Quanto à presidente temporariamente afastada, Dilma Rousseff, o interino se reservou ao comentário claro de que "ela pode ter cometido crimes administrativos, mas eu não a chamaria de corrupta".
Logo em seguida, Temer negou que tenha havido a orquestração de um golpe de Estado no país, mediante a alegação de que “apenas há golpe se você violar a Constituição, e esse não é o caso." Mas, e os 54 milhões de votos conquistados por Dilma em 2015, o que foram feitos com eles, alguém poderia perguntar.
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