Quem não acompanhou a entrevista que o presidente em exercício Michel Temer (PMDB) cedeu à reportagem da GloboNews, essa semana, não perde nada se conferir as redes sociais. Ativa no Twtter, a equipe de Temer destacou os principais trechos - e pérolas - do interino.
A começar pela tentativa de sustentar que não tem se encontrado com senadores, pois não está "fazendo campanha" pelo impeachment. Rodada de perguntas a frente, Temer cita o encontro com Cristovam Buarque (PPS), um dos senadores que se dizem em cima do muro em relação à volta de Dilma Rousseff (PT).
Temer não só lembrou do jantar a sós, nos primeiros dias de junho, com Cristovam Buarque, como também jogou uma isca para motivar o popular-socialista a pender para o lado do impeachment: disse que além de manter programas sociais "exitosos", como Bolsa Família e Minha Casa, Minha Vida, pretende acolher a sugestão do senador, e federalizar a educação primária para torná-la de melhor qualidade.
Desde que assistiu ao desmonte do Estado criado no passado pelas gestões petistas, Cristovam passou a declarar que pode mudar de ideia na última votação do processo de impeachment. Disse, mais recentemente, após conversas com o governo interino, que "o conjunto da obra" vai fazê-lo decidir.
Não foi só para Cristovam que Temer tentou mandar um sinal durante a entrevista. O interino também fez questão de demonstrar que não tem problemas com o senador Renan Calheiros (PMDB), presidente do Senado.
Em outros tweets, é possível ver Temer repetindo argumentos já desconstruídos sobre seu governo, como o de mulheres não devem fazer parte do primeiro escalão apenas por serem mulheres - uma resposta dada àqueles que criticaram a falta de atenção à diversidade de gênero e raça na composição dos ministérios.
No resto da entrevista, Temer demonstrou-se muito confortável com o poder em mãos. Disse que muita gente votou na chapa petista à presidência porque ele era o vice. Afirmou que comporta-se como definitivo, e não interino. E explicou porque sentiu-se à vontade para podar o uso de aviões da presidente afastada. Além de, claro, ter cometido o ato de chamar impeachment de "golpe".
Jornal GGN
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