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sábado, 21 de janeiro de 2017

Que seja criado o Museu de Arte Moderna José de Sousa Alencar

QUE SEJA CRIADO O MUSEU DE ARTE MODERNA JOSÉ DE SOUSA ALENCAR

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José de Sousa Alencar era um colecionador de artes, além de crítico de cinema, teatro e pintura. Lançou vários artistas, hoje famosos.
Sua pinacoteca deveria ser transformada em museu pelo importante acervo de pinturas, focado na característica artística pernambucana.
Importante salientar que a Prefeitura do Recife não possui museu, biblioteca pública, nem promove nenhum evento cultural que movimente a Cidade e tenha repercussão Nacional.
Tudo que o governo do Estado fez pela Cultura tem mais de meio século.
TEATRO SANTA ISABEL – A ideia de construir um teatro público no Recife foi do então presidente da província de Pernambuco, Francisco do Rego Barros, barão, visconde e depois conde da Boa Vista.
Em 30 de abril de 1839, ele assinou a Lei número 74, autorizando a construção de um teatro público para a cidade.
Para viabilizar o seu projeto de governo, Rego Barros promoveu a vinda de inúmeros profissionais europeus, engenheiros, matemáticos, técnicos e operários, entre eles, Louis Léger Vauthier, o engenheiro responsável pela execução do projeto do novo teatro, que chegou ao Recife, em setembro de 1840.
O prédio é um exemplo de arquitetura neoclássica predominante no século XIX brasileiro. Tendo sido nomeado em homenagem à Santa Isabel de Portugal, Rainha de Portugal.
MUSEU DO ESTADO DE PERNAMBUCO – Foi criado em 24 de agosto de 1928, através de lei estadual, como Museu Histórico e de Arte Antiga, subordinado à Inspetoria Estadual de Monumentos Nacionais, sendo inaugurado em 7 de setembro de 1930, funcionando no Palácio da Justiça, e contando com uma coleção composta principalmente pelas obras do artista pernambucano Telles Júnior e mais poucas peças, como os retratos imperiais, documentos, algumas litografias e mobília.
Extinto esse museu em 1933, seu acervo passou à guarda da Biblioteca Pública do Estado, onde permaneceu até 1940. Neste ano o museu foi recriado, por decreto de 10 de maio de 1940, passando a funcionar em um palacete que pertencera a Augusto Frederico de Oliveira, filho de Eduardo Candido de Oliveira, Barão de Beberibe, e que é um exemplar típico e importante da arquitetura aristocrática pernambucana do século XIX.
ACADEMIA PERNAMBUCANA DE LETRAS – Fundada em 26 de janeiro de 1901, por Carneiro Vilela e outros escritores pernambucanos da época, com um total de 20 cadeiras.
A Academia Pernambucana de Letras foi criada em dependência do Instituto Arqueológico, Histórico e Geográfico Pernambucano, cedida para sua instalação, em 26 de janeiro de 1901, por Carneiro Vilela e outros escritores pernambucanos da época, com um total de 20 cadeiras.
Em 1966, o governador Paulo Pessoa Guerra desapropriou o solar que foi residência do Barão Rodrigues Mendes (João José Rodrigues Mendes), projetado pelo arquiteto Louis Léger Vauthier. A propriedade foi doada à Academia Pernambucana de Letras e passou a ser sua sede permanente.
MUSEU DE ARTE CONTEMPORÂNEA DE PERNAMBUCO – Foi criado no governo de Paulo Pessoa Guerra, em 1966. O Museu encontra-se instalado no edifício da antiga Casa de Câmara e Cadeia Pública, um prédio erguido em meados do século XVIII para servir de sede ao Aljube da Diocese de Olinda.
O Museu de Arte Contemporânea de Pernambuco conserva um acervo de aproximadamente 4.000 obras, de variados suportes, procedências e técnicas, abrangendo majoritariamente a produção artística moderna e contemporânea do Brasil, com grande ênfase na arte pernambucana. Seu núcleo original é a coleção de arte doada por Assis Chateaubriand ao governo pernambucano.
Foto Alexandre Belém
Foto Alexandre Belém
MUSEU JOSÉ DE SOUSA ALENCAR – O casarão que Alex residia, na rua Dom Bosco, pode ser a sede do museu. O importante é que o acerco que ele reuniu não seja disperso. E bem que Alex merece esta homenagem.
Escreve hoje o jornalista Ricardo Antunes: “Os novos ‘coleguinhas’ [jornalistas] nunca ouviram falar tanto em Alex”. Ricardo alerta para  “o descaso pela memória dos nossos jornalistas”. E acrescenta: José de Sousa Alencar “morreu, magoado e triste. Foi cortejado por toda ‘burguesia’ da cidade. Melhor crítico de cinema do que colunista, certo dia ele chegou no São Luiz, e o filme havia começado. Pois mandaram rebobinar a fita, por conta do jornalista sempre elegante, e com muito prestígio. Se tinha defeitos? Claro que os tinha. Nada pior que a reclusão obrigatória, e a solidão dos ‘amigos’ da ‘alta’ que tantas notas e fotos pediram, no período em que coluna social era coisa de ‘gente fina’. Pouca gente foi lhe dar o adeus que a gratidão mandava”.
NECROLÓGIO
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Registra o Diário de Pernambuco: O colunista social José de Souza Alencar, conhecido como Alex, morreu à 1h deste sábado. Ele tinha 88 anos e estava internado no Centro de Terapia Intensiva do Hospital Santa Joana, no bairro do Derby, desde o dia 12 de janeiro, para tratamento de infecção urinária grave.
Alex é bacharel em direito, mas nunca atuou na área jurídica. Começou a carreira de jornalista no Diario de Pernambuco, onde foi crítico de cinema. Assinou a coluna social do Jornal do Commercio e da Folha de Pernambuco. Nascido em Água Branca (Alagoas), em 1926, e radicado no Recife desde 1948, ele ocupava a cadeira de número 10 da Academia Brasileira de Letras desde 1970. O jornalista escreveu cinco livros.
O governador do estado de Pernambudo, Paulo Câmara, lamentou o falecimnto. “Perdemos uma referência do jornalismo pernambucano, em especial do segmento cultural e social. Alex teve uma trajetória longa e atuante, formando novas gerações e ajudando a construir páginas importantes da história da nossa Imprensa. No entanto, talvez o aspecto mais marcante de Alex, nos últimos anos, tenha sido sua determinação em continuar no batente, em continuar escrevendo, paixão que transformou em profissão. Eu e Ana Luíza nos solidarizamos com os amigos e admiradores de Alex”, disse, em nota.
Folha de Pernambuco: A filha de Alex Luciana Barros compartilhou seus sentimentos sobre o pai. “Era completamente apaixonado por cinema. Ainda enquanto doente escrevia artigos e assinava uma coluna da Folha de Pernambuco”, comenta ela. “Há dois anos lutava contra o Alzeihmer. No último dia 9 de janeiro ele teve uma parada cardio-respiratória e precisou ser internado, e desde então o estado de saúde dele era crítico. É uma perda para todos nós”, lamentou Luciana.
Nos últimos quatro meses, Alex estava aos cuidados da jovem Jéssica Souza, que também compartilhou seus momentos com o colunista sobre a perda. “O pouco tempo que convivi com ‘seu Alex’, vi que ele é uma pessoa extraordinária e simples. Ele sempre me contava as histórias da imprensa. Era realmente um amante das artes.”
O prefeito Geraldo Julio classificou Alex como um ícone do jornalismo e da sociedade recifense. “Alex era uma pessoa muito querida de todos. Não só do meio jornalístico, mas de toda a sociedade recifense. Uma pessoa agradável, amiga, que estava sempre à disposição. Todos do Recife sentem com a perda de Alex”, destacou.
Jornal do Comércio: “Tive uma infância pobre, muito pobre. Minha mãe (Dona Sinhá, com quem tinha uma ligação muito forte) se separou do meu pai quando eu tinha 6 meses. Ela ensinava de manhã e de tarde e costurava à noite para manter a casa. Estudei em grupo escolar, o D. Pedro II, lá em Maceió, onde hoje funciona a Academia Alagoana de Letras. Tempos depois nos mudamos para o Recife, e eu, que pensava em fazer medicina, desisti. Então eu fiz direito na Universidade Federal de Pernambuco”, recordou Alex ao ser entrevistado pelo jornalista Jorge José B. Santana, em 2006, para o livro A televisão pernambucana por quem a viu nascer.
“À minha frente estava uma pessoa que sempre admirara pela postura mantida diante das câmeras ao entrevistar personalidades artísticas, políticas e empresariais. Sempre deixou os convidados muito à vontade para falar, e eu me sentia na obrigação de fazer o mesmo naquele momento único. Seu olhar demonstrava alegria, melancolia e paixão à medida que respondia às perguntas”, relata o autor em uma das páginas do livro.
Foi ainda na infância que surgiu a paixão de Alex pelo cinema. “Minha vida é como Cinema paradiso. Quando eu era criança, em Alagoas, tinha um vizinho operador (de projetor) que me levava para o cinema todo dia, na sessão das seis. De modo que, aos 9 anos, eu já era íntimo de Greta Garbo”, contou à jornalista Olívia Mindêlo, em 2008, quando foi homenageado com uma exposição no Museu do Estado de Pernambuco.
O jornalismo também chegou cedo à vida de Alex e ele passou pelas maiores redações do Estado. Quando ele estava no segundo ano da faculdade, começou a escrever sobre cinema no Diario de Pernambuco, assinando com o pseudônimo Ralph. “Fiz durante uns oito anos críticas de cinema. Até então, não existia televisão e a grande diversão do público era ir ao cinema. Toda semana estreavam de seis a oito filmes”, relata o jornalista no livro de Jorge José. No Jornal do Commercio, assinou por mais de cinco décadas uma prestigiada coluna social que marcou época. E ainda publicou suas crônicas na Folha de Pernambuco.
Além de se dedicar ao colunismo social, Alex transformava observações sobre o mundo à sua volta em crônicas, publicadas no jornal e reunidas em livros, como Setenta crônicas de Alex. A atuação como cronista começou em 1964 – e a data tem mesmo uma relação com o período da ditadura no Brasil. Em sua coluna, Alex contou que o presidente Castelo Branco tinha um relacionamento com uma professora da Universidade Federal de Pernambuco. A atitude desagradou aos militares e ele acabou preso. “Foi inacreditável para mim ter passado por algo assim, porque nunca tive qualquer envolvimento com o comunismo ou nada parecido. Eu fiquei tão transtornado com essa prisão, que decidi fazer outro gênero, além do colunismo social, para mostrar meu potencial a essas pessoas. Escrever foi meu recurso para lidar com o trauma”, lembrou em 2005, ao ser entrevistado pelo jornalista Schneider Carpeggiani. [O relacionamento não foi com uma professora. E sim com uma ex-esposa de um deputado estadual]
Em A televisão pernambucana… ele recorda de uma ligação do próprio Castelo Branco: “José Vander, assessor de imprensa do presidente, telefonou-me e disse: ‘Olha, o presidente Castelo Branco quer falar com você. Fique na espera porque logo mais ele vai lhe telefonar’, e desligou. Pensei que fosse trote. Depois de alguns minutos, o telefone tocou, eu atendi e era ele quem estava do outro lado: ‘Senhor Alex, aqui quem está falando é o presidente Castelo Branco’. Reconheci a voz dele imediatamente. E acrescentou: ‘O senhor sempre foi uma pessoa muito gentil, muito agradável comigo. Nessa minha vinda ao Recife eu não poderia deixar de falar com o senhor e com o médico que foi cardiologista da minha mulher, que também é uma pessoa a quem muito estimo. Eu tenho uma admiração muito grande e não esqueça de uma coisa: estou lá em Brasília, mas estou à sua inteira disposição, senhor Alex. Se o senhor precisar de qualquer coisa em Brasília, me procure, que eu atendo’”.

O jornaleiro


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