Numa entrevista histórica ao jornalista Walter Santos, editor da Revista Nordeste, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva aborda as razões sociológicas da pobreza e da desigualdade no Brasil; "muita gente não aceita que o pobre suba um degrau", disse Lula; ele lembra que, em seus governos, todos os empresários progrediram, mas os trabalhadores também tiveram ganhos salariais durante doze anos consecutivos"; segundo Lula, muitos se incomodaram com ascensão dos mais pobres, como se estes devessem permanecer nas senzalas; "O preconceito é uma doença gravíssima e se não formos capazes de combatê-lo não seremos uma sociedade verdadeiramente democrática"; assista a íntegra de um depoimento histórico
247 – O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva concedeu uma de suas melhores entrevistas ao jornalista Walter Santos, editor da Revista Nordeste, publicação que, há 11 anos, se dedica a cobrir com seriedade e profundidade as transformações socioeconômicas da região.
Segundo Lula, nas elites e em parte da classe média brasileira ainda prevalece uma lógica de "Casa Grande e Senzala", fazendo uma alusão ao clássico de Gilberto Freyre. "A minha grande frustração foi constatar que, no Brasil, ainda há muita gente que não aceita que o pobre suba um degrau", disse Lula.
Ele lembra que, em seus governos, não há um empresário ou banqueiro que não tenha ganho muito dinheiro. "O andar de cima não perdeu nada. Só ganhou. Mas os pobres também ganharam e tiveram aumentos salariais durante doze anos consecutivos."
Lula afirma que muitos, no Brasll, não aceitam que o filho da empregada ocupe o mesmo banco escolar de seus filhos. "O preconceito é uma doença gravíssima e se não formos capazes de combatê-lo não seremos uma sociedade verdadeiramente democrática".
O ex-presidente também afirmou que nunca tinha entendido por que a transposição do São Francisco jamais tinha saído do papel. "A verdade é que muita gente depende da pobreza para sobreviver politicamente."
https://youtu.be/6xxAMJLhs38
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