sábado, 8 de julho de 2017
Sobre
projeto Calanguinho
surge com a preocupação de mostrar a importância da utilização de alimentos saudáveis, livres de agrotóxicos, a partir da incorporação da Gestão Ambiental no cotidiano das pessoas, motivando e experimentando através de algumas intervenções, modificando decisões e atitudes, percepções e valores, produzindo um novo conjunto de comportamentos mais compatíveis com as premissas do desenvolvimento sustentável e saudável. Nessa perspectiva foi implantada no município de Jequié-BA, na comunidade da Baixa do Bonfim, o curso de Agroecologia, buscando recuperar as práticas sustentáveis de alimentação saudável e uso de fitoterápicos, qualificando a relação das pessoas com o meio ambiente e a saúde pública.
surge com a preocupação de mostrar a importância da utilização de alimentos saudáveis, livres de agrotóxicos, a partir da incorporação da Gestão Ambiental no cotidiano das pessoas, motivando e experimentando através de algumas intervenções, modificando decisões e atitudes, percepções e valores, produzindo um novo conjunto de comportamentos mais compatíveis com as premissas do desenvolvimento sustentável e saudável. Nessa perspectiva foi implantada no município de Jequié-BA, na comunidade da Baixa do Bonfim, o curso de Agroecologia, buscando recuperar as práticas sustentáveis de alimentação saudável e uso de fitoterápicos, qualificando a relação das pessoas com o meio ambiente e a saúde pública.
HISTÓRIA
Tudo começou em 2015, em uma reunião com a equipe de saúde da Unidade de Saúde da Família (USF) Giserlando Biondi onde foi proposto por Leandro (médico do Programa Mais Médicos) a melhor utilização dos espaços degradados e sem serventia que haviam nesta unidade. Uma área ao lado da USF apresentava essas características, somente haviam entulhos e animais peçonhentos, e onde imprimia um aspecto desumanizado a unidade e ainda gerava gastos frequentes do poder público que esporadicamente (na época de chuva) deveriam capinar esta área. O médico propôs a construção de uma área para exercícios e uma horta comunitária. A partir de então começa-se um dilema, uma parte da equipe não apoiou a proposta por ser muito complicada e trabalhosa, porém com o apoio de alguns profissionais da USF, pessoas da comunidade e de outros seguimentos de Jequié e região a ideia foi abraçada com afinco. Entre estes o professor Delivaldo que à época era vice diretor da Escola Municipal Dorival Borges, também localizada na Baixa do Bonfim, bairro onde se situa esta USF. Este comentou com o médico sobre um projeto que estava desenvolvendo com os estudantes, sobre a implantação de uma horta na unidade escolar. Com ideais parecidos juntos buscaram conhecer mais sobre o assunto, e resolveram fazer um curso de agroecologia que estava acontecendo na cidade de Vitória da Conquista. Neste mesmo período estava acontecendo o processo de formação da associação de moradores e do conselho local de saúde, e ambos espaços acolheram a ideia de trazer o curso de agroecologia para a USF GIserlando Biondi. Assim, em coletivo, foi escrito a proposta temática do curso e foi dado seu início. O curso teve suas aulas teóricas na área de exercícios construída em mutirões com ajuda da comunidade e com doações de parceiros, que se constituiu na única área de exercício da comunidade e as aulas práticas na parte abandonada restante que com esta intervenção foi virando uma horta comunitária. Esses foram os primeiro passos do Projeto Calanguinho, nome escolhido porque uma das pessoas que trabalhavam na unidade não acreditava no projeto e já na primeira reunião falou que naquela área não nasceria nem calango.
O curso também abrangeu os temas como Fitoterapia, tendo como docente o químico Djalma (que é doutor em química de fitoterápicos), onde foi ensinado o plantio, uso e produção de diversos fitoterápicos; e alimentação saudável e riscos à saúde dos agrotóxicos, tendo como docente o médico Leandro (especialista em atenção básica com curso de intoxicação por agrotóxicos).
Hoje depois deste longo caminho trilhado somos a única unidade de saúde do país com mais de 100 espécies plantadas sendo mais de 50 de fitoterápicos, onde distribuímos gratuitamente alimentos e fitoterápicos orgânicos para uma comunidade carente, que temos sistemas sustentáveis como a captação de água da chuva e dos ar condicionados, reciclagem, compostagem com minhocultura, educação permanente, partilha justa dos excedentes, e acima de tudo onde valorizamos a participação popular criativa e ativa no SUS (Sistema Único de Saúde) entendendo que devemos lutar para que o que é público seja uma ferramenta de transformação social e coletiva.
Alguns pessoas devem ser lembradas carinhosamente nesse processo, entre elas Jeová, Carlos, Pedro, Julival, Luziana, Ian, Nelton, Jair, Barreto, Isabel, Dinha, Walter, Djalma, Regis, Leia, Auremi, Tati, Rosimar, Claudia, Claudio, Marinema, Jaime, Claudiane, João Paulo, José Moraes, assim como, Associação de Moradores da Baixa do Bomfim, Instituto Mãos, Associação das Donas de Casa, Assentamento Santa Cruz, Rotary Clube, entre tantos outros que acreditam que um mundo melhor não é só possível como imprescindível.
Organizado por Luziana Freitas
FOTOS:
NOSSOS SONHOS
O projeto Calanguinho tem o intuito de promover a saúde, a sustentabilidade social e ecológica, bem como prevenir as doenças por meio da agroecologia e da educação nutricional, espera alcançar:
* O desenvolvimento da produção de alimentos orgânicos e insumos fitoterápicos, visando atender a saúde de forma integral, gerando segurança e soberania alimentar;
* A prática de hábitos alimentares saudáveis, a elevação da autoestima, o exercício da solidariedade, o protagonismo popular/social, o trabalho coletivo, a redução de desperdícios e a utilização de insumos fitoterápicos produzidos gratuitamente para o combate de doenças;
* O fortalecimento dos vínculos entre a comunidade e os profissionais da saúde, gerando o entendimento de que o SUS somente será consolidado e desenvolvido com a participação ativa, criativa e crítica de todos e todas;
* O desenvolvimento da consciência e de práticas populares sustentáveis que permitam uma justa distribuição, bem como o exercício da solidariedade social e ecológica, voltada para a melhoria de qualidade de vida e preservação da natureza;
* A realização do trabalho comunitário, no qual participem pessoas das mais diversas formações, grupos sociais, níveis educacionais e econômicos, com enfoque socioambiental, a produção e a transmissão contínua de saberes tradicionais e acadêmicos, incidindo na transformação do paradigma individualista vigente na sociedade brasileira.
Fonte: Site Projeto Calanguinho
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