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POLÍTICA LAVA JATOHÁ 42 MINS
POR FOLHAPRESS
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O ex-presidente do Banco do Brasil e da Petrobras Aldemir Bendine teve a prisão preventiva decretada nesta segunda (31), pelo juiz Sergio Moro.
A prisão do executivo, detido na última fase da Operação Lava Jato, na semana passada, vencia nesta noite.
Ele é suspeito de solicitar R$ 3 milhões em propina para executivos da Odebrecht, em fevereiro de 2015, a fim de proteger a empreiteira em contratos da Petrobras. Bendine nega as suspeitas e disse que nunca recebeu vantagens ilícitas.
O Ministério Público Federal pediu a conversão da prisão em preventiva -sem data para acabar- com base em documentos apreendidos na casa de Bendine.Entre eles, estão anotações de próprio punho, em folhas timbradas do Banco do Brasil, de obras e projetos da Odebrecht, com percentuais ao lado (que variam entre 0,5% e 2%).
A Procuradoria também destaca uma tentativa de intimidação de um ex-motorista do Banco do Brasil, que depôs em inquérito que investigava irregularidades na gestão de Bendine. Uma anotação manuscrita apreendida na casa do ex-diretor faz referência a uma ligação ao motorista, ao lado da frase "para dissuadi-lo a não depor no MPF".
O motorista, Sebastião Ferreira, disse ao Ministério Público que estava recebendo "muita pressão para não declarar nada", e afirmou que Bendine chegou a convidá-lo para um encontro em seu apartamento. Ele afirmou não ter ido ao local, com receio de "mutreta".
Bendine nega as suspeitas e chegou a protocolar uma queixa-crime contra o ex-funcionário.
Para os procuradores, a "gravíssima conduta" de Bendine demonstra uma tentativa de obstrução da Justiça. Sua liberdade, assim, seria um risco à ordem pública, à aplicação da lei penal e à instrução criminal.
OPERADORES
Moro também concedeu a prisão preventiva dos irmãos André Gustavo Vieira da Silva e Antonio Carlos Vieira da Silva Júnior -suspeitos de serem operadores de Bendine. Assim como o ex-presidente do BB, eles estavam detidos temporariamente.
Para os procuradores, há "fortes indicativos de que Aldemir Bendine mantinha com André Gustavo e Antônio Carlos uma conta-corrente de propina, cujos valores iam sendo utilizados à medida da necessidade do então presidente da Petrobras e familiares".
Entre as operações em destaque, além do recebimento dos R$ 3 milhões em 2015, estão o pagamento de uma viagem a Nova York, para a família Bendine, no Réveillon de 2016. A defesa do executivo diz que ele reembolsou os irmãos posteriormente.
O Ministério Público ainda enumera ligações de André Gustavo para outros investigados, como o corretor de valores Lúcio Funaro, que negocia acordo de delação premiada, e o executivo da OAS Leo Pinheiro, que já admitiu o pagamento de propina em outros processos.
Para o órgão, os irmãos são "profissionais da lavagem de dinheiro".
OUTRO LADO
A defesa de Bendine diz que a prisão é "absolutamente desnecessária", nega obstrução à Justiça e diz que os percentuais que aparecem nas anotações do ex-diretor não eram referências a propina.
"[O episódio do motorista do Banco do Brasil] aconteceu em 2013, e o inquérito foi arquivado. Em nenhum momento ele fez isso [pressionou o motorista]. Isso não tem aptidão para sustentar nenhuma cautelar", disse o advogado Pierpaolo Bottini, na saída do depoimento.
O defensor ainda afirmou que Bendine "manteve ativas todas as restrições à Odebrecht" quando era presidente da Petrobras, e que nunca recebeu propina.À Polícia Federal, em depoimento prestado nesta segunda-feira (31), Bendine disse que "se sente injustiçado, pois foi um dos maiores colaboradores da Lava Jato" quando presidente da Petrobras.
A defesa dos irmãos Antonio Carlos e André Gustavo argumenta que eles fizeram operações lícitas para ajudar na liberação de um recurso da Odebrecht junto ao Banco do Brasil, e que não puderam regularizar a operação a pedido da empreiteira.
Eles negam que tenham pago viagens a Bendine ou à sua família, apesar de admitirem uma relação próxima de André Gustavo com o ex-presidente da Petrobras.
Com informações da Folhapress.
31/07/2017
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