Por Gustavo Marinho
Da Página do MST
Trabalhadores e trabalhadoras rurais Sem Terra realizam durante a manhã desta segunda-feira (27), na cidade de União dos Palmares, Zona da Mata de Alagoas, uma grande marcha pelas ruas do centro do município, onde distribuem cerca de 2 toneladas de alimentos produzidos nas áreas de Reforma Agrária da região.
Fazendo o diálogo com a sociedade, os Sem Terra denunciam a ameaça de reabertura da Usina Laginha, parte da massa falida do Grupo João Lyra, onde defendem que as terras sejam destinadas para fins de Reforma Agrária.
De acordo com José Roberto, da direção nacional do MST, a ação pretende aprofundar o debate com a sociedade em torno do papel da Reforma Agrária para o desenvolvimento da região.
“A destinação das terras da massa falida do Grupo João Lyra para o assentamento das famílias Sem Terra da região contribuirá diretamente para o aumento do emprego e renda de centenas de famílias, além de fortalecer e movimentar a economia local, com a produção de alimentos saudáveis para a população”, explicou José Roberto.
“Hoje nossa ocupação na cidade é com os frutos da luta pela terra: a produção de alimentos saudáveis. A partilha dessa produção é uma mostra do que queremos para o conjunto da região, transformando a vida de muitas famílias. A estimativa é que a destinação das terras da massa falida para a Reforma Agrária gere cerca de 15 mil empregos diretos e indiretos nessa região”, comentou.
Participam da ação em União dos Palmares cerca de mil trabalhadores e trabalhadoras organizados no MST, na Comissão Pastoral da Terra (CPT), no Movimento de Libertação dos Sem Terra (MLST) e no Movimento Via do Trabalho (MVT).
Para Carlos Lima, da CPT, a reabertura da Usina vai no caminho contrário para a resolução dos problemas que União dos Palmares e o estado de Alagoas vive.
“Já tivemos muitos anos de funcionamento da Usina e até hoje esse setor não respondeu a nenhum dos problemas estruturais que a região e o estado vivem, deixaram apenas como herança o desemprego, a miséria, os prejuízos ao meio ambiente, além de uma dívida de quase R$ 2,1 bilhões que o Grupo João Lyra deve aos ex-funcionários da Usina, credores, municípios e estado”.
“Simbólico que, na terra de Zumbi dos Palmares e berço da resistência do povo negro, contra a monocultura, a escravidão e pela liberdade do povo, a luta dos camponeses e camponesas hoje seja a continuidade de uma resistência necessária aos ataques das elites até os dias de hoje”, reforçou Lima.
*Editado por Rafael Soriano
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