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segunda-feira, 23 de novembro de 2015

No Recife, Renan defende “união de todos, não em torno do governo” e fala em independência

23\11\2015 as 22:17 hs

Publicado por Giovanni Sandes às 17:10

Renan Calheiros, em passagem pelo Recife. Foto: JC Imagem
Renan Calheiros, em passagem pelo Recife. Foto: JC Imagem

Com o Congresso Nacional perto do recesso parlamentar, no início de dezembro, o presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB), fez no Recife um rápido balanço deste ano e sobre suas expectativas para 2016. Ele defendeu a união de todos pelo País, “não em torno do governo”. Falou que o modelo econômico do Brasil está esgotado e que é preciso continuar cortando despesas públicas. Reclamou que se a sua Agenda Brasil, esquecida no Congresso, se tivesse sido adotada já teria produzido resultados, e defendeu uma postura política independente como forma de ajudar o País.
Renan esteve nesta segunda (23) no Recife, onde participou de um ato contra a flexibilização do Estatuto do Desarmamento, tendo como anfitrião o governador Paulo Câmara (PSB).
A declaração do presidente do Senado vem uma semana após o PMDB protagonizar, na última terça (17), um evento em que o partido defendeu propostas para tirar o Brasil da crise, por meio de um programa chamado Uma ponte para o futuro. Além de o documento ser comparado pelo presidente da Fundação Ulysses Guimarães, Moreira Franco, com a Carta aos Brasileiros, escrita pelo então candidato Luiz Inácio Lula da Silva (PT) rumo à Presidência em 2002, o vice-presidente da República, Michel Temer, presidente do PMDB, foi recebido aos gritos de “Temer presidente”. O evento foi considerado um termômetro para a convenção do PMDB em março, quando a sigla pode desembarcar do governo da presidente Dilma Rousseff (PT).
Confira abaixo os principais trechos do que Renan Calheiros falou à imprensa, no Recife.

AJUSTE FISCAL
O Congresso Nacional fez o que era possível fazer. Ele votou todas as medidas de ajuste, qualificou o ajuste. Em alguns momentos eu fiz uma advertência de que esse ajuste era insuficiente. Ele não poderia penalizar apenas o trabalhador. Era preciso criar alternativas para que nós tivéssemos um avanço de receita no Brasil sem necessariamente aumentar imposto. Ou seja, lá no Senado, nós avançamos com uma iniciativa com relação à repatriação. Depois a Câmara exigiu que ela começasse primeiro a tramitar pela Câmara. Lá no Senado, sobretudo, e agora no Congresso Nacional onde nós avançamos na apreciação de veto. E vamos votar todas as matérias que dizem respeito ao orçamento.

MINISTRO JOAQUIM LEVY
O ministro tem ido com muita frequência ao Congresso, ao Senado, às comissões, tem feito conversas paralelas até na residência dos parlamentares. Nós estamos apoiando o ministro da forma que é possível. Mas eu entendo que o Brasil precisa continuar cortando despesas. Esse modelo está esgotado. E nós precisamos criar alternativas para voltar a crescer. Porque a melhor maneira de aumentar a arrecadação é com a retomada do crescimento econômico.

AGENDA BRASIL E PROPOSTAS DO PMDB
O Congresso tem feito a sua parte. Até no ponto de vista propositivo mesmo nós apresentamos uma agenda (Agenda Brasil) que se fosse patrocionada pelo governo federal ela já teria produzido resultados. O PMDB e outros partidos também farão isso, apresentarão a renovação dos seus programas. Eu acho que isso vai ajudar muito nesse debate para que o Brasil volte a crescer.

INDEPENDÊNCIA DO GOVERNO
Eu acho que este é um ano muito difícil. Eu espero que 2016 não seja tão difícil quanto 2015. Mas a expectativa que nós temos é de que nós vamos ter também em 2016 muita dificuldade. Por isso é importante a união de todos – não em torno do governo… Eu mesmo tenho tido na presidência do Congresso Nacional uma postura de independência, de isenção. Porque eu acho que quanto mais independente eu for, quanto mais isenção eu tiver, eu vou ter condição de ajudar o Brasil na retomada dessa agenda de crescimento, de inclusão, de geração de emprego.

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