Medidas para enfrentar o mosquito devem ser reforçadas nesta época, quando as pessoas fecham as casas e
viajam. Antes de sair, é preciso vistoriar tudo
Publicado em 09/01/2016, às 09h24
"Para viajar tranquila, olho tudo em casa, como a bandeja do
bebedouro de água", diz Lígia Câmara
Edmar Melo/JC Imagem
Este é o primeiro verão em que a população vivencia o combate às três doenças transmitidas pelo Aedes aegypti: dengue, chicungunha e zika. O fenômeno sem precedentes da tríplice epidemia exige que as medidas de enfrentamento ao mosquito precisam ser reforçadas nesta temporada em que as pessoas fecham suas residências e viajam. Antes de sair de casa, é fundamental fazer uma vistoria com calma para eliminar recipientes que possam acumular água parada e servir como criadouro do mosquito, que se desenvolve num período de até sete dias em água limpa e parada.
A empresária Lígia Câmara, 54 anos, faz parte do grupo dos que não abrem mão dos cuidados antes de pegar a estrada. “Neste mês de janeiro, vou para Porto de Galinhas todas as sextas e só volto na segunda-feira. Para viajar tranquila, olho tudo em casa, como a bandeja do bebedouro de água, os recipientes da área de serviço e as bacias sanitárias”, conta Lígia, que sabe da necessidade de cada pessoa exercer papel essencial no enfrentamento ao mosquito.
“A orientação é revistar todos os espaços das residências antes de viajar, inclusive nas situações em que se vai passar apenas um fim de semana fora. Não se recomenda sair de casa e deixar panelas na pia nem panos de molho, mesmo que por poucos dias, pois são atrativos para o Aedes depositar os seus ovos”, avisa o gerente do Centro de Vigilância Ambiental do Recife, Jurandir Almeida. O alerta se faz importante porque a reprodução do mosquito acontece em água limpa e parada, a partir dos ovos das fêmeas. Colocados em água limpa e parada, eles são distribuídos por diversos criadouros.
Um balde esquecido no quintal ou um pratinho de planta na varanda do apartamento, após uma chuva, podem facilmente tornar-se foco do mosquito e afetar toda vizinhança. “As pessoas esquecem que até a bandeja atrás da geladeira, que tem temperatura apropriada para o ciclo de reprodução do mosquito, junta água. Esse é um dos detalhes a que as pessoas devem ficar atentas antes de viajar”, diz Jurandir Almeida.
É importante ainda deixar a caixa-d’água bem vedada, a calha totalmente limpa, os pneus sem água e em lugares cobertos, as garrafas e baldes vazios e com a boca virada para baixo, entre outras pequenas ações que podem barrar o nascimento do Aedes. Os ovos do mosquito podem ficar aderidos às laterais internas e externas dos recipientes por até um ano sem água. Se durante esse período, os ovos entram em contato com a água, o ciclo evolutivo recomeça e, consequentemente a transmissão. “Os cuidados também precisam ser adotados quando a pessoa chega à casa onde vai passar o mês de férias ou o fim de semana. Assim que chegar, é preciso repetir a vistoria da saída para checar se há focos do mosquito”, observa Jurandir Almeida.
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