Manifestantes seguiram da Praça do Derby até a Praça da Independência.
Organização diz que 200 mil pessoas participaram; PM divulgou 15 mil.
Do G1 PE
Milhares de manifestantes contrários ao impeachment da presidente da República, Dilma Rousseff, realizaram um ato na área central do Recife, nesta sexta-feira (18). Os participantes do protesto também demonstraram apoio à democracia, à nomeação do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva como ministro-chefe da Casa Civil e criticaram o juiz Sérgio Moro. O ato foi encerrado na Praça da Independência, por volta das 20h.
A concentração começou pouco antes das 15h, na Praça do Derby. Por volta das 17h, os manifestantes saíram em marcha. Os participantes passaram pela Avenida Agamenon Magalhães e seguiram pela Avenida Conde da Boa Vista, em direção à Praça da Independência, no bairro de Santo Antônio. Muitos gritos de ordem foram ouvidos, como "Lula, guerreiro do povo brasileiro" e "Não vai ter golpe". [Veja vídeo abaixo]
De acordo com Paulo Rocha, vice-presidente da CUT-PE, uma das entidades organizadoras do protesto, a manifestação reuniu 200 mil pessoas. A Polícia Militar estimou que foram 15 mil. Não foi registrada qualquer ocorrência durante o ato e, de acordo com a PM, 122 policiais acompanharam o protesto.
Durante a caminhada na Avenida Conde da Boa Vista, a manifestação recebeu apoio de moradores de edifícios localizados ao longo da via, que balançavam bandeiras vermelhas nas janelas. Porém, ao chegar em frente ao Edifício Canadá, no número 149 da avenida, uma moradora começou a bater panela na janela, sinal de desaprovação que vem sendo utilizado pelos brasileiros insatisfeitos com o governo atual. Dezenas de participantes do ato pararam em frente ao prédio e reagiram com gritos de "Não vai ter golpe!".
Nos minitrios elétricos, representantes da manifestação estimulavam os participantes a gritar "Não vai ter golpe!". Estampados nos cartazes e nas faixas levantadas pelos manifestantes, mensagens como "Não ao impeachment", "Não vamos permitir a volta da ditadura" e "Sérgio Moro, chega de perseguição ao PT". A cobertura da crise política nacional pela mídia também foi criticada pelos participantes.
O protesto contou com apresentações culturais de grupos de caboclinhos e de maracatus. Artistas pernambucanos, como o músico Fred 04, participaram da manifestação. "Existem golpistas defendendo intervenção militar. Então, para evitar qualquer tentativa de golpe, nós, como cidadãos, temos a obrigação de ir às ruas para protegermos a democracia e o Estado Democrático de Direito", afirma o cantor e compositor da banda Mundo Livre S/A, um dos grupos expoentes do movimento musical manguebeat.
Parlamentares presentes na manifestação discursaram nos carros de som. "Dilma é uma mulher digna e honrada. Nós vamos fazer nossa parte na Câmara, mas precisamos que vocês façam a de vocês nas ruas", convocou o deputado Silvio Costa (PTdoB), fazendo referência à comissão do impeachment na Câmara dos Deputados.
"Temos que lutar, pois a democracia é para todos. O povo brasileiro não foge à luta. Se eles acham que vão derrubar Dilma, estão muito enganados", afirmou o senador Humberto Costa (PT), em cima de um dos minitrios elétricos do protesto.
O ato, chamado de "Dia nacional de mobilização contra o golpe e em defesa da democracia e dos direitos sociais" foi promovido pela Frente Brasil Popular, que reúne entidades como MST, UNE, CUT, Comissão Pastoral da Terra, Movimento Nacional de Luta pela Moradia (MNLM), Central dos Trabalhadores do Brasil (CTB) e partidos como PT e PCdoB.
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