Gabriel Paiva, 16 anos, estava na UTI do Hospital Geral de Pedreira e foi transferido para o Hospital Regional Sul. Policiais foram afastados.
O adolescente Gabriel Paiva, 16 anos, morreu na noite desta quinta-feira (20) instantes depois de ser transferido da Unidade de Terapia Intensiva (UTI) do Hospital Geral de Pedreira, na Zona Sul de São Paulo, para o Hospital Regional Sul. Segundo a família, ele foi espancado por policiais militares do 22º Batalhão da Polícia Militar com cabo de enxada na noite de domingo (16), em Cidade Ademar.
De acordo com parentes do garoto, a morte foi provocada por parada cardíaca. A Secretaria Estadual de Saúde não divulgou, até o fechamento desta reportagem, a causa oficial da morte de Gabriel.
A Ouvidoria da Polícia do Estado de São Paulo instaurou procedimento para apurar o caso. "É uma denúncia gravíssima e precisa ser apurada", disse ao G1 Julio Cesar Neves, ouvidor da polícia, nesta quinta. De acordo com ele, a queixa foi encaminhada para a Corregedoria da Polícia Militar (PM) e também para o Ministério Público (MP). O caso ocorreu na Rua Vila Missionária e teria sido cometido por policiais do 22º Batalhão da Polícia Militar.
"Não dá para acreditar nesse tipo de violência. Ele [policial militar] é um monstro. Não é a primeira vez que ele faz isso. Ele não aborda, ele já chega agredindo os jovens. O Gabriel estava em uma via pública. Ele está com vários coágulos no cérebro", disse Loeni Franco, 33 anos, prima de Gabriel.
O irmão dele, Alex Paiva, disse ao G1 que a família espera por Justiça. "O que a gente quer é paz. Estamos esperando que ele passe por uma nova avaliação em outro hospital de São Paulo". "Que tirem esse monstro de perto de nós, ele está prejudicando a formação das nossas crianças", afirmou a prima Loeni.
O pedido de apuração foi encaminhado à Ouvidoria nesta quarta-feira (19) pelo advogado Ariel de Castro Alves, coordenador da Comissão da Criança e do Adolescente do Condepe (Conselho Estadual dos Direitos da Pessoa Humana de São Paulo). "Os familiares e testemunhas ainda disseram que os policiais, após as agressões, abandonaram o jovem agonizando na rua. Eles só socorreram o rapaz após a intervenção de uma moradora do local", disse Alves.
Por meio de nota encaminhada pela Secretaria da Segurança Pública (SSP), a PM informou que "as circunstâncias do fato estão sendo apuradas por meio de Inquérito Policial Militar instaurado pelo comando do 22º BPM/M."
De acordo com a nota, "os policiais que atenderam à ocorrência estão sendo ouvidos e testemunhas sendo convocadas a prestarem depoimento. Os PMs foram afastados do serviço operacional."
"A Corregedoria da Polícia Militar acompanha as investigações. A Polícia Civil também investiga o caso por inquérito policial instaurado pelo 80º DP [Vila Joaniza]. A vítima será ouvida assim que o estado de saúde permitir. Os familiares também serão chamados para prestar depoimento."
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