Para ajudar na promoção da cultura, uma das metas dos estudantes é transformar os Cucas em projetos de extensão universitária
Publicado em 25/01/2013, às 21h25
Da Agência Brasil
Durante os oito dias de eventos da União Nacional dos Estudantes (UNE) em Pernambuco, os estudantes aproveitaram para ampliar os debates sobre educação e cultura. Foram firmadas parcerias com o Ministério da Cultura e o Fórum de Pró-Reitores de Extensão das Universidades Públicas Brasileiras com o objetivo de fortalecer o papel da cultura na educação, principalmente no Circuito Universitário de Cultura e Arte (Cuca), núcleos formados por estudantes, artistas, produtores e outros agentes culturais em todo o Brasil.
“A cultura é um fator central no desenvolvimento da sociedade. Cultura e educação são complementares”, diz o coordenador-geral do Cuca da Une, Felipe Redó, ressaltando a precariedade do setor cultural no Brasil. A Une promoveu o 14º Conselho Nacional de Entidades de Base (Coneb), de 18 a 21 de janeiro, e a 8ª Bienal de Arte e Cultura, de 22 a 26 de janeiro.
Em 2009, dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) apontaram que das 4.976 cidades com menos de 50 mil habitantes, somente 1.943 cidades (39%) tinham pelo menos um tipo de espaço cultural. De acordo com o Mininstério da Cultura, em 2012, 5.510 cidades do país (99% do total) têm pelo menos uma biblioteca pública (municipal, estadual ou comunitária). Em uma cartilha, o ministério ressalta, no entanto, que “hoje muitas bibliotecas públicas e museus existentes no Brasil apresentam condições precárias e precisam ser modernizados em todos os sentidos”
Para ajudar na promoção da cultura, uma das metas dos estudantes é transformar os Cucas, atualmente são cerca de 30 no país, em projetos de extensão universitária. Alguns já conquistaram esse patamar. Desta forma, explica Redó, é possível associar a promoção da cultura à pesquisa acadêmica, além de promover atividades com a comunidade e ter direito a bolsas estudantis.
A aluna de geografia da Universidade Estadual do Ceará, Bárbara Sampaio, faz parte do Cuca de Fortaleza. Lá, o centro acaba de ser reconhecido como projeto de extensão. Para isso, é preciso ter um professor orientador. O Cuca já promoveu seminários e instituiu o Trote Literário na universidade – quando os calouros devem entregar um livro ao Cuca que é doado para uma biblioteca pública. “Uma vez nos vestimos de personagens de grandes obras para divulgar o Trote Literário. São atividades que chamam atenção e promovem a cultura”, contou
Em 2005, o Cuca passou a ser Ponto de Cultura – local de pomoção cultural reconhecido pelo governo federal e com apoio do Programa Cultura Viva, que prevê convênios com governos estaduais, municipais e o Distrito Federal para promover a cultura no território nacional. Atualmente, tramita no Congresso Nacional Projeto de Lei nº 757, de 2011 que prevê a institucionalização do Cultura Viva e o torna política de Estado.
Após reunião hoje com os estudantes, a secretária executiva do ministério, Jeanine Pires, disse que a parceria com os universitários é importante para alavancar a cultura. “A universidade pode ser uma grande parceira não só na produção de conhecimento, mas na formação de especialistas. Isso pode se tornar algo maior que vá além dos muros das universidades”.
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