Páginas

Pesquisar este blog

sábado, 26 de janeiro de 2013

ENTREVISTA "Estou mais próximo do PT que do PSB"


Um dos poucos prefeitos a integrar a oposição ao governador Eduardo Campos (PSB), Júlio Lóssio conquistou uma força política ainda maior ao derrotar o filho do ministro Fernando Bezerra Coelho (PSB) em Petrolina, na última eleição. Nesta entrevista, ele diz que, agora, pretende construir pontes com o governador, confirma sua aproximação com o PT e defende que o PMDB tenha candidato ao governo do Estado em 2014: e ele próprio seria uma opção

Publicado em 26/01/2013,

Débora Duque

JORNAL DO COMMERCIO – Na última eleição, o senhor derrotou, mais uma vez, o candidato apoiado pelo governador Eduardo Campos (PSB) e que, além disso, é filho do ministro Fernando Bezerra Coelho (PSB). Seu partido, no entanto, integra o governo do PSB no Estado. Com a força política que o senhor conquistou, sua meta é consolidar-se como uma liderança da oposição ou seguir o mesmo caminho que os demais líderes do PMDB?
JULIO LÓSSIO – O PMDB fez uma aliança pontual na capital. Em Petrolina, disputamos contra o PSB. Em Ipojuca, o PMDB disputou contra o PSB, que apoiava o PSDB. Em Abreu e Lima, apoiamos o PT e disputamos contra o PSB. Então, eu diria que esse alinhamento não acontece em outras cidades do interior. Aqui (Petrolina), nossa maior oposição é o PSB. Temos hoje um alinhamento maior com o PT, que também disputou a eleição contra nós. Não quero dizer que vamos fazer política antiga de revanchismo, mas acho que nossa função é administrar a cidade. No próximo ano tem eleição e vamos, a partir de janeiro, fazer uma discussão em nível estadual.
JC – O senhor fala de uma proximidade com o PT. Então, hoje, o PMDB de Petrolina está mais próximo das diretrizes nacionais do partido, que apoia o governo federal, do que do PMDB da capital, ainda sob a liderança do senador Jarbas Vasconcelos?
LÓSSIO – Quando fui eleito da primeira vez não tinha nenhuma conexão com o PMDB nacional. Fiz oposição ao governador, na época, por orientação da estadual. Não tinha nada contra o governador. Mas, durante o meu mandato, por conta de alguns programas que tiveram destaques, fui convidado para expor no congresso do partido e, a partir disso, criamos uma ligação maior com a direção nacional. Minha posição, em 2014, vai ter influência da orientação do partido em nível nacional.

JC – E como se dá essa aproximação com o PT? Não vai de encontro ao discurso anti-PT feito por lideranças como Jarbas e Raul Henry?
LÓSSIO – Eu não sou do PMDB da capital. Houve uma aproximação com o PT em Petrolina. Se você me perguntar, hoje sou mais próximo do PT que do PSB. Até porque essa é a aliança nacional. Ainda no período de formação de chapas, antes da campanha, eu conversei muito com a deputada Isabel Cristina (PT). Convidamos o PT para compor nossa chapa, mas o PT havia assumido o compromisso de que, se fosse para o partido, o deputado Odacy Amorim seria candidato e eles honraram isso. Houve um afastamento durante a campanha, mas logo depois procurei a deputada Isabel Cristina, como tenho procurado todos os deputados, inclusive os do PSB, mas com a consciência de que eles representam a oposição.

JC – O PT poder vir a fazer parte de seu governo?
LÓSSIO – O PT ainda não faz parte do governo. A secretária da Mulher tem as origens no PT, mas não foi uma indicação do partido e, de qualquer forma, ela já estava no governo antes dessa aproximação acontecer. Tenho procurado fazer um governo plural, juntando todo mundo para trabalhar pela cidade. O PT pode vir a fazer parte desde que hajam conversas. Estamos conversando. Pense num “cabra” para gostar de conversar sou eu.

Nenhum comentário:

Postar um comentário