Neste ano, o desfile oficial do bloco terá quatro orquestras de frevo e cada uma delas terá uma
camisa diferente homenageando compositores pernambucanos
Publicado em 03/01/2016, às 19h04
Do JC Online
Músicos iniciaram o ensaio às 13h, na sede do bloco
Foto: Alexandre Gondim/ JC Imagem
A casa número 128 da Rua 27 de Janeiro, no Carmo, em Olinda, ficou pequena para abrigar todos os que foram até a sede da Pitombeira dos Quatro Cantos, tradicional troça da cidade monumento, na tarde deste domingo (3) para curtir o primeiro ensaio aberto do bloco em 2016. Do lado de fora do imóvel, por volta das 16h, outros tantos foliões aguardavam o momento de se unir aos demais, quando, como em todos os encontros, os músicos vão para a rua e o frevo da orquestra toma as ladeiras do Sítio Histórico.
A baiana Maria Mercedes Ramos, de 55 anos, veio com o marido, o pernambucano José Carlos Silva, 52, passar o réveillon no Estado e aproveitou o domingo para visitar Olinda. Mesmo não podendo estar por aqui durante o Carnaval, ela disse que, na sua opinião, a Folia de Momo pernambucana sequer se compara à baiana. "Sem dúvidas o Carnaval daqui é melhor que o de Salvador. Aqui vocês têm tradição e diversidade, têm frevo e maracatu. Lá é tudo igual", comentou.
A partir de agora e até o Carnaval, os ensaios - que de setembro a dezembro de 2015 ocorriam quinzenalmente - passam a ser realizados todos os domingos, sempre começando às 13h. Às 17h, a orquestra vai para a rua. "Neste ano, o desfile oficial terá quatro orquestras de frevo e cada uma delas terá uma camisa diferente homenageando compositores pernambucanos. Além das tradicionais camisas do bloco, as novas peças estarão à venda a partir do próximo domingo", disse Júlio Silva Filho, presidente da Pitombeira. Os compositores homenageados com as artes do cartunista Laílson de Holanda são Capiba, Nelson Ferreira, Getúlio Cavalcanti e J. Michiles.
O casal Marco Gomes, 50, e Eliana Queiroz, 40, são de São Paulo, mas moram em Olinda há 13 anos e não passam um Carnaval sequer longe da cidade. "Não há Carnaval no Brasil como o de Olinda e sair na Pitombeira já é uma tradição. Apesar de achar que a cidade deixa um pouco a desejar no quesito estrutura, como em relação aos banheiros, por exemplo, tenho pouco do que reclamar da festa", afirmou o técnico em informática.
No último dia 20, a coluna JC nas Ruas denunciou vários casos de roubos e arrastões em Olinda durante as prévias. No texto, moradores e comerciantes da localidade afirmam que, após as 19h, vários jovens de até 25 anos tomam as ladeiras e roubam tudo o que vêm pela frente. Apesar disso, todos as pessoas entrevistadas hoje pela reportagem do JC disseram se sentir seguras na cidade. "Até agora não tivemos nenhum incidente grave relacionado à segurança nas prévias. A Polícia Militar tem se mostrado eficaz em atender as necessidades dos foliões", pontuou Júlio Silva Júnior. De acordo com a Prefeitura de Olinda, 180 policiais militares fazem a segurança do Sítio Histórico aos domingos.
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