A justiça americana suspendeu nesta sexta-feira (19) a execução de um homem texano, prevista para a próxima quarta-feira, que foi condenado à morte por um homicídio no qual ele nem mesmo esteve presente.
Os advogados de Jeffrey Wood conseguiram esta vitória no tribunal penal de apelação do Texas, segundo a sentença à que a AFP teve acesso.
No documento foi considerado que um recurso de Wood, que denunciava o testemunho de uma psiquiatra durante o seu julgamento – cuja carreira foi depois muito desacreditada -, tinha fundamento.
“O tribunal agiu bem ao suspender a execução do senhor Wood”, reagiu Jared Tyler, advogado do réu, em um comunicado enviado à AFP.
Jeffery Wood tinha sido condenado à pena capital com base em uma controversa lei texana que coloca no mesmo nível de culpabilidade o autor principal de um crime e uma pessoa envolvida no projeto inicial, mesmo que esta última não tivesse nenhuma intenção de matar.
Em janeiro de 1996, um amigo de Wood matou com um tiro um empregado de um posto de gasolina durante um assalto planejado pela dupla. No momento do assassinato, Wood estava ao volante do automóvel que eles usariam para fugir do local.
Segundo seu defensores, Wood, que tem o quociente de inteligência de uma criança, não sabia que seu companheiro carregava uma arma de fogo nesse dia.
O acusado, que então tinha 22 anos e nesta sexta-feira completou 43, continua estando condenado à morte, o que faz com que seu caso seja excepcional para os juristas.
“Nunca vi nos Estados Unidos executarem alguém com um nível de culpabilidade tão baixo”, disse na quarta-feira à AFP Kate Black, outra advogada de Wood.
Nos últimos dias, o comitê de apoio ao presidiário moveu céus e terras para adiar a execução.
G1
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