Postado em 26 Aug 2016
Renan Calheiros tirou na manhã desta quinta a máscara do homem imparcial no julgamento do Senado.
É bom em nome da verdade e da transparência.
É irritante ver uma pessoa parcial se fazendo de imparcial.
Lewandowski, o presidente do STF incumbido de comandar o julgamento, parece estar num planeta paralelo.
Renan despejou fogo sobre Gleisi Hoffmann por conta da sua já histórica frase segundo a qual o Senado não tem autoridade moral para julgar Dilma.
Lewandowski pediu que fossem ouvidas as “palavras de ponderação” de Renan.
Ponderação?
Renan invocou até o marido de Gleisi por conta de acusações da Lava Jato. E falou em “burrice infinita” dos senadores que defendem Dilma.
Ora, ora, ora.
Estamos falando do probo Renan, a quem recentemente o delator Sérgio Machado disse que deu propinas de 32 milhões de reais.
Oportunamente, Lindbergh confrontou Renan diante do microfone: “Baixaria, baixaria, baixaria.”
Piada também é a cobertura da Globonews. Seus comentaristas falam como se os defensores de Dilma no Senado devessem se comportar como gado no julgamento. Fingir que é um jogo limpo, e não imundo, e este tipo de coisa. Um golpe é dado e as vítimas devem aceitar passivamente, distribuindo beijinhos e abraços para os golpistas.
Gleisi prestou um serviço à democracia ao desmascarar com palavras claras o caráter canalha do julgamento.
Isto fica para a história.
Foi uma ação voluntária.
Involuntariamente, Renan prestou o mesmo serviço. Ao mostrar que tem um lado, e é o do golpe, ele também provou quanto é farsesco o julgamento do Senado.
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Corajoso foi o Machado que jogou Renan na roda das delações também. Os "intocáveis" já não estão mais tão protegidos assim.
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