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sexta-feira, 13 de janeiro de 2017

Vamos fingir que Temer, que indicou Geddel para a Caixa, não sabia dos esquemas com Cunha. Por Kiko Nogueira

Postado em 13 Jan 2017
Eles
Eles

O silêncio de Michel Temer diante d0 novo escândalo envolvendo dois de seus antigos homens fortes, Eduardo Cunha e Geddel Vieira Lima, é ensurdecedor.
Temer, o bom e velho covarde com quem nos acostumamos, manter-se-á calado porque tem as mãos sujas. Até quando é que são elas.
Num vídeo que viralizou, MT aparecia num culto da Assembleia de Deus confessando que as tarefas difíceis ele entregava para Cunha. A produtiva amizade culminou no impeachment. Hoje Cunha é uma ameaça porque sabe de tudo.
A operação Cui Bono (“Quem se beneficia”, em latim) da PF colocou Geddel como membro de uma “organização criminosa”. No posto de vice-presidente da Caixa, liberava empréstimos para empresas. Na sequencia, Cunha chegava para cobrar propina ou “doação” para o PMDB.
O nívelDA COISA FICA explícito nas trocas de mensagens de um celular apreendido na Residência Oficial da Câmara. Questionado por Eduardo sobre uma movimentação envolvendo a J&F, Geddel responde:
— Ta resolvido Ta na pauta doCD DE terça Vc tá pensando que eu sou esses Ministros q vc indicou? Abs.
Cunha devolve com o proverbial “rsrsrs”.
Geddel foi indicado para o cargo por Michel Temer, então vice decorativo e bastante ativo nas sombras, e presidente nacional do partido. De acordo com uma matéria do Globo de 2011, a indicação “foi acertada com o ministro da Casa Civil, Antonio Palocci”.
Temer e Geddel se conhecem há 23 anos. A proximidade ficou evidente na pressão que Michel exerceu sobre Calero noEPISÓDIO DO edifício La Vue e na subsequente tentativa de segurar Geddel quando o escândalo estourou.
É assim que esse pessoal opera. Está tudo em casa. Veja o caso do novo secretário nacional de juventude, Francisco de Assis Costa Filho.
Substituto de Bruno Júlio, o indigente mental que defendeu mais chacinas em presídios, Assis Filho, do PMDB do Maranhão, teve os bens bloqueados num processo por enriquecimento ilícito e improbidade administrativa.
Ninguém olhou? Havia alternativa de um sujeito ficha limpa?
Provavelmente, não.
Curioso que, agora, ninguém se lembre da teoria do domínio do fato. Como dizia Jucá, Michel é Cunha — que é também Geddel, que é Assis Filho, que é Padilha, que é o golpe.
Em breve, estarão todos juntos novamente, mas numa cadeia.

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