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quarta-feira, 8 de fevereiro de 2017

Dilma Rousseff no Senado francês: 'Brasil mergulha no estado de exceção'

A senadores franceses e representantes da sociedade civil, a ex-presidenta explicou o processo de 'enquadramento econômico e geopolítico do Brasil'

01/02/2017 16:23 - Copyleft
Leneide Duarte-Plon, de Paris*
Mídia NINJA
« A principal causa do golpe foi o enquadramento econômico e geopolítico do Brasil. Ele se deu devido ao fato de termos transformado uma relação que era unilateral - sobretudo Brasil e países desenvolvidos - em uma relação multilateral. Primeiramente, dando importância estratégica à América Latina. É nossa região, são nossos irmãos mais próximos e não era possível que o Brasil se mantivesse de costas para ela. A segunda vertente era a importância da África. O Brasil é o maior país negro fora da África e por isso tínhamos de tecer relações não apenas econômicas e sociais mas também culturais. Fizemos isso tanto com os países de língua portuguesa como com a África do Sul. Além disso, participamos da criação e formação do BRICS – Brasil, Russia, India, China e South Africa ».
 
Dando continuidade a seu périplo europeu, na terça-feira, 31 de janeiro, a convite da senadora Laurence Cohen (PCF-Partido Comunista Francês) e no contexto do grupo parlamentar de amizade França-Brasil, a presidenta Dilma Rousseff falou no Senado francês a políticos franceses e representantes de movimentos contra o golpe, inclusive o que defende a anulação do Impeachment. O ex-ministro e seu advogado José Eduardo Cardoso acompanhava a ex-presidente, que se esforçou em ser didática num tema tão complexo como a política brasileira.
 
Logo na apresentação da parte aberta ao público, a senadora Cohen lamentou « o pouco empenho do governo francês na condenação ao golpe de Estado » que o Brasil viveu em 2016. Estavam presentes os senadores comunistas Pierre Laurent (secretário-geral do Partido Comunista Francês), André Chassaigne (PCF), Éric Bocquet (PCF) e o deputado Marc Dollé (PG). 
 
Da imprensa francesa, apenas o jornal comunista « L’Humanité » estava presente ao encontro, que pareceu mal organizado do ponto de vista de comunicação. A assessoria do Senado ou os próximos de Dilma Rousseff não fizeram muita questão de midiatizar sua passagem por Paris. O que pareceu incompreensível a alguns jornalistas franceses que não estiveram presentes mas tinham interesse em entrevistar a ex-presidente, como soube por um deles, que a procurava no dia seguinte para entrevistá-la para a rádio France Inter.   

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