Foto: Edmar Melo/JC Imagem
A presidente Dilma Rousseff (PT) utilizou o mesmo caminho, as redes sociais, para rebater o ataque do governador de Pernambuco, Eduardo Campos (PSB), e mostrar o êxito do Bolsa Família na vida dos estudantes pernambucanos. O perfil oficial no Facebook de Eduardo, que é pré-candidato à Presidência da República, traz, em uma das postagens, críticas ao modelo atual do benefício e sugestões para romper com o ciclo de miséria e evitar que a iniciativa seja utilizada para ‘fins políticos’. O governador aponta os caminhos para impedir que as filhas do programa tornem-se mães dependentes do auxílio pago pelo governo federal.
Em maio deste ano, no encontro de vereadores do PSB, no Recife, o presidente do partido, Eduardo Campos, já criticava a dependência "sucessória" das famílias pobres ao benefício mensal. Na ocasião, o governador pernambucano pontuou que o País devia investir mais em educação para tirar as famílias da dependência. Desde o rompimento oficial entre PT e PSB, em meados de setembro, os ânimos e as críticas estão mais acirradas dos dois lados. Com a formalização da aliança entre Eduardo Campos e a ex-senadora Marina Silva a crise acentuou-se ainda mais.
“O Bolsa Família é importante para muitos brasileiros e deve continuar. Mas não podemos deixar de enxergar nosso objetivo final: um Brasil onde todas as famílias beneficiadas possam passar a garantir o sustento com seu trabalho ou empreendimento. É preciso enxergar mais longe e planejar a longo prazo, algo que não vem acontecendo, para chegarmos a um Brasil onde o Bolsa Família não será mais necessário”, defende Campos, no Facebook.
A arte que ilustra a postagem mostra como o programa se constitui atualmente. O ‘círculo vicioso’, sugerido pela imagem, apresenta a perpetuação da condição de miséria, com o pagamento do benefício e a dependência financeira. Para romper com a situação, ‘a fim de chegarmos a um Brasil onde o Bolsa Família não será mais necessário’, Campos aponta sete etapas para proporcionar autonomia financeira aos beneficiados.
No modelo exibido pelo socialista, a solução para as famílias garantirem o sustento sem a necessidade da transferência direta de renda pelo governo Federal propõe a manutenção do programa social, seguido do pagamento dos benefícios, posteriormente ele sugere a quebra da dependência financeira através da criação de novas oportunidades com o investimento em estudos e no mercado de trabalho pelo governo federal. A partir daí, acredita-se que haverá a inclusão social do beneficiado e a autonomia econômica.
Em tom crítico ao governo petista, o texto afirma que “a estagnação econômica que o Brasil vive está invertendo isso [a melhoria na vida das pessoas]. As filhas do Bolsa Família, ao invés de conquistarem a independência econômica, estão se tornando as mães do Bolsa Família. Não há mais evolução e sim acomodação por parte do governo”, afirmou. A postagem, com 3.176 curtidas e mais de dois mil compartilhamentos, vem provocando debates na rede social sobre o modelo do programa.
NO FACEBOOK, DILMA REBATE CRÍTICAS
Dilma Rousseff respondeu aos ataques feitos pelo governador Eduardo Campos no site do Bolsa Família e em seu perfil oficial no Facebook, mesmo canal escolhido por Campos para fazer as provocações.
Ao focar no tema educação, grande trunfo usado pelo governo do Estado para trabalhar a campanha de 2014, a presidente rebate as críticas e exalta o Bolsa Família.
“O Estado (Pernambuco) tem a segunda maior taxa de aprovação (79,7%) entre os estudantes do ensino médio participantes do programa e a menor taxa de abandono escolar (4%), quando comparado aos alunos das escolas públicas não beneficiários do Bolsa Família”, diz a postagem no site oficial do programa, publicada cinco dias antes do encontro entre Eduardo Campos e Dilma Rousseff, em Suape, na última terça (17) - o primeiro após o rompimento entre as siglas.
Ao pinçar os índices pernambucanos para exemplificar o ‘êxito do programa’, o governo federal demarca o território e demonstra estar atento às críticas feitas pelo opositor.
“O Estado (Pernambuco) tem a segunda maior taxa de aprovação (79,7%) entre os estudantes do ensino médio participantes do programa e a menor taxa de abandono escolar (4%), quando comparado aos alunos das escolas públicas não beneficiários do Bolsa Família”, diz a postagem no site oficial do programa, publicada cinco dias antes do encontro entre Eduardo Campos e Dilma Rousseff, em Suape, na última terça (17) - o primeiro após o rompimento entre as siglas.
Ao pinçar os índices pernambucanos para exemplificar o ‘êxito do programa’, o governo federal demarca o território e demonstra estar atento às críticas feitas pelo opositor.
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