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quinta-feira, 3 de janeiro de 2013

Alex na Folha Recordando crônicas - I



Aos domingos e terças-feiras, o jornalista Alex traz suas crônicas literárias e faz um passeio pelas artes e pela sociedade pernambucana.

Muitos perdem bons momentos da vida porque não possuem a coragem de revelar um sentimento pessoal.
O poeta Arthur Rimbaud, iluminadíssimo mas lamentando muita coisa que fez escrever: “Por delicadeza perdi minha vida”.
Na verdade, não perdeu tanto assim apenas por ser delicado. Muito jovem ele lutou para manter um romance amoroso com outro poeta famoso, mais velho do que ele, casado, Paul Verlaine. 
Esse amor, antes proibido, hoje aceito pela maioria, indiferente a críticas ou perseguições, não causa mais problemas como o que aconteceu com Rimbaud e Verlaine.
Este último teve a família destroçada.

Rimabud foi para a África e não sabemos bem o que fez, mas não foi o amor que o matou, mas o cruel preconceito da época em que viveram. 
Ou teria morrido por amar outro poeta.

Iguais
Para a escritora inglesa Virginia Woolf não haveria o menor problema, nem conflitos e batalhas parlamentares, para colocar o homem e a mulher situados com a mesma visibilidade. 
Afinal, um dos romances mais famosos de Virgínia Woolf, “Orlando”, já apresentava um personagem que algumas vezes era homem, em outras, era mulher.

Eram “figuras na transparência do tempo”, como escreveu a notável poetisa Cecília Meireles, que traduziu e escreveu a introdução do livro, uma edição da Globo.

Segundo ela, “ Orlando representa a experiência do ‘indivíduo’ nas diferentes situações em que a natureza o coloca no mundo: apenas uma ‘criatura humana’”.
É atualíssimo esse livro, mas os nossos intelectuais não escrevem sobre ele.

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