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quarta-feira, 4 de novembro de 2015

TEATRO Sinatra era fora do comum, diz Bibi Ferreira

Atriz se apresenta no Teatro Guararapes neste sábado (7) com show em homenagem ao astro 

norte-americano

Publicado em 04/11/2015, às 07h54


Mateus Araújo


mateus@jc.com.br

Bibi Ferreira é a primeira mulher brasileira a cantar um repertório inteiro de Frank Sinatra / Divulgação


Bibi Ferreira é a primeira mulher brasileira a 


cantar um repertório inteiro de Frank Sinatra


Divulgação

A voz de Bibi Ferreira é uma das maiores preciosidades que o Brasil tem – há de se perdoar o clichê da afirmação, mas não poderia ser diferente. Como pérola, a voz de Bibi brilha na composição de jóias raras dos musicais brasileiros. Em mais de 74 anos de carreira, essa voz já transitou com maestria e emoção pela poesia um dia cantada por Edith Piaf, pelos amores musicados por Gardel, e agora pela potência aveludada de Frank Sinatra. 
Em sessão única, no próximo sábado (7), no Teatro Guararapes, Bibi Ferreira volta a Pernambuco, cinco anos depois de ter trazido pela última vez o memorável Bibi Canta e Conta Piaf. Desta vez, ela vem para enveredar em um novo repertório. Aos 93 anos, deixando de lado o emocionante francês, agora  mergulha no irretocável inglês do compositor e cantor que celebraria 100 anos, no dia 12 de dezembro.

“Sinatra era um homem bem fora do comum. Era uma pessoa tão maravilhosa, fez tantos filmes, e me apaixonei por ele. Aliás, toda mocinha que ia ver os filmes dele, sempre se apaixonava”, conta a atriz, por telefone, ao Jornal do Commercio. Fã de musicais hollywoodianos, pelos quais se encantou ainda aos 13, 14 anos, Bibi é a primeira mulher brasileira a fazer um show inteiramente dedicado ao astro americano. “Eu precisava fazer essa homenagem a ele”, confessa.

Bibi Ferreira Canta Repertório Sinatra estreou em setembro do ano passado, em São Paulo, e passou por Vitória, Rio de Janeiro e Belo Horizonte. Sucesso de público na capital paulista, o espetáculo voltou à cena na cidade, em agosto deste ano – no dia marcado para a estreia, 3 daquele mês, Bibi Ferreira suspendeu a apresentação por causa de um mal estar. Dois dias depois, ela, enfim, subiu ao palco e cumpriu temporada até o final outubro, voltando, em seguida, à turnê, que chega hoje ao Guararapes. 

Admiradora confessa do compositor pernambucano Capiba, a intérprete conta em entrevista que a sua volta a Pernambucano é marcada pela alegria. “Eu tenho uma paixão pelo Recife. Essa é uma cidade lendária. Há muitos anos vou ao Recife, e sempre levei para a cidade as comédias, com texto brasileiro. Foi sempre uma cidade muito linda, onde fui bem recebida. É uma cidade tão bela, com esses rios”, elogia. 




Neste show, acompanhada por um quinteto musical, Bibi passeia pelos principais sucessos de Sinatra. A seleção, a dedo, foi feita pela própria atriz junto com o empresário dela, Nilton Raman, e o maestro Flávio Mendes. Músicas como I’ve Got You Under My Skin, My Way,  Someone to Light Up My Life, Rock Around the Clock e, claro, New York, New York estão no repertório. A pitada brasileira vem pela Bossa Nova, paixão de Frank Sinatra, que o levou a gravar vários sucessos do maestro Tom Jobim, em interpretações majestosas do norte-americano. 

Incontestavelmente o grande símbolo vivo do teatro nacional, cuja voz já emprestou ao repertório de fenômenos da música mundial, Bibi ainda se diz nervosa sempre diante de um novo trabalho. “É sempre uma responsabilidade muito grande que o artista tem. Principalmente quando variamos, quando saímos de repertório para outro. É sempre muito arriscado”, afirma. “Mas existe muita gente boa que me incentiva muito”, completa ela. Em fevereiro, Bibi leva a Nova York, terra do seu homenageado, o show celebrativo. 

Com quase um século de vida, a atriz não pestaneja e faz planos para o futuro, sem medo: em 2017, ela deve estrear um espetáculo com canções do baiano Dorival Caymmi. “Ele é dono de um repertório muito lindo e vasto. Composições que cantam o Brasil.” Além disso, em paralelo à atual turnê, a artista finaliza o CD e o DVD do seu último show, Histórias e Canções, gravado ao vivo, no Palácio das Artes, em Belo Horizonte, acompanhada pela Orquestra Sinfônica de Minas Gerais.

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