DIRK WAEM / BELGA / AFP
A imagem mostra danos na fachada do Aeroporto de Bruxela após as duas explosões
"Há 11 mortos em Zaventem" (o aeroporto internacional de Bruxelas), afirmou à AFP Pierre Mays, porta-voz do corpo de bombeiros.
"Há também uma dezena de mortos em (estação de) Maalbeek, onde aconteceu uma explosão muito forte", disse.
Pouco depois das 8H00 (4H00 de Brasília), duas explosões quase simultâneas atingiram a área de desembarque do aeroporto internacional de Bruxelas.
"Primeiro aconteceu uma pequena explosão e depois uma mais forte na altura do check-in", afirmou a jornalista Teresa Küchler, do jornal sueco Svenska Dagbladet.
"Todo o edifício tremeu, havia fumaça por todos os lados e pessoas jogadas no chão do terminal. Pedaços do teto caíram", disse.
Imagens exibidas por canais de televisão mostraram cenas de pânico, com centenas de passageiros fugindo do terminal, em meio à fumaça e aos vidros quebrados.
"O teto caiu, havia um cheiro de pólvora", contou à AFP Jean Pierre Lebeau, um francês que acabara de chegar de Genebra.
Várias testemunhas afirmaram que ouviram tiros e gritos em árabe antes das explosões. A Procuradoria Federal confirmou à imprensa dezenas de feridos no aeroporto.
Pouco depois aconteceu pelo menos uma explosão na estação de metrô de Maalbeek, o bairro de Bruxelas onde ficam as instituições europeias.
Um jornalista da AFP observou do lado de fora da estação 15 pessoas, com os rostos ensanguentados, recebendo atendimento médico.
O ministro do Interior, Jan Jambon, elevou o alerta de ameaça terrorista no país ao nível máximo.
As explosões desta terça-feira acontecem após a detenção na sexta-feira em Bruxelas de Saleh Abdeslam, principal suspeito dos ataques terroristas de Paris em novembro, após quatro meses de uma operação de busca e captura.
Reforço da segurança
As autoridades belgas fecharam o metrô, o aeroporto, o serviço de bondes, ônibus, assim como as principais estações ferroviárias da capital.
A Comissão Europeia pediu aos funcionários que não compareçam ao trabalho ou permaneçam nos escritórios.
O centro de crise do governo belga solicitou aos moradores de Bruxelas que permaneçam em casa.
Ao mesmo tempo, as autoridades de vários países europeus reforçaram a segurança em seus aeroportos e fronteiras. Grã-Bretanha, França, Alemanha, Holanda e Dinamarca anunciaram a intensificação dos controles.
Além disso, a linha Eurostar, que liga Paris e Londres com Bruxelas por trem, suspendeu as viagens à capital belga. As reações políticas foram rápidas.
O presidente do Conselho Europeu, Donald Tusk, condenou os "ataques terroristas" em um comunicado.
"Estou consternado com as bombas desta manhã em Zaventem e no distrito europeu em Bruxelas que custaram a vida de várias pessoas inocentes e feriram muitas mais".
"É um ataque contra a Europa democrática. Jamais aceitaremos que terroristas agridam nossas sociedades abertas", afirmou o primeiro-ministro sueco, Stefan Löfven.
O premier dinamarquês, Lars Løkke Rasmussen, denunciou no Twitter um "ataque abjeto".
Cancelamentos
O treino da seleção belga previsto para esta terça-feira em Bruxelas foi cancelado, anunciou a Federação Belga de Futebol (URBSFA).
A equipe se prepara para um amistoso no dia 29 de março contra Portugal. A Federação não confirmou se a partida será disputada ou não.
Além disso, a competição de ciclismo clássica A, na região de Flandres, prevista para quarta-feira em Waregem, ao norte do país, também foi cancelada
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