A Polícia Federal em Pernambuco deflagrou na manhã desta terça-feira (15) a Operação Remenda com o objetivo de reprimir a atuação de uma quadrilha especializada em desviar recursos dos ministérios da Agricultura e Turismo por intermédio de uma Organização Não Governamental (ONG) de fachada.
São cumpridos 13 mandados de busca e apreensão, sete mandados de prisão temporária, um mandado de prisão preventiva, além de quatro mandados de intimação para oitiva imediata dos investigados. Os alvos são diretores de ONGs, ex-deputado Charles Lucena e assessores.
A operação é feita com o apoio da Controladoria-Geral da União (CGU). Foram três anos de investigações.
Segundo informações da PF, o caso foi iniciado a partir de fiscalização de rotina da CGU, que conseguiu reunir provas de irregularidades no processo de contratação da ONG, bem como na execução dos convênios. A investigação, coordenada pela PF, passou a apurar o destino do dinheiro liberado pelos ministérios.
Parcela substancial dos recursos teria sido utilizada ilicitamente pelos diretores da ONG e por ex-assessor de ex-deputado federal de Pernambuco, cujo nome ainda não foi divulgado, responsável pelas emendas parlamentares dos convênios.
Os mandados são cumpridos nos Estados de Pernambuco na Região Metropolitana (Boa Vista, Graças, Madalena, Linha do Tiro, Olinda e Encruzilhada) e Afogados da Ingazeira, no Ceará, Distrito Federal e Rio de Janeiro.
Paralelamente, medidas cautelares de sequestro de bens estão sendo adotadas para viabilizar o ressarcimento ao erário do prejuízo já detectado de R$ 700 mil. No entanto, o prejuízo estimado é de mais de R$ 4 milhões. Além disso, a PF investiga o uso de “testa-de-ferro” por parte do ex-deputado federal para ocultação de patrimônio ilícito.
Para esta operação, foram mobilizados 70 policiais federais, 14 técnicos auditores da CGU nos quatro estados.
Márcio Didier, com Branca Alves e Alex Ribeiro
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