Publicado em: 09/08/2016
Cantor acaba de celebrar 75 anos, viaja o país com a turnê “Atento aos Sinais” e recebeu o nosso site
Por Fabiane Pereira, do Rio
Fotos de Marcelo Faustini e Richard Romero
Fotos de Marcelo Faustini e Richard Romero
Senhor absoluto de seus próprios tempo e espaço, Ney Matogrosso comemorou no último dia 1 de agosto 75 anos. Em excelente forma, prova que um bom intérprete faz toda a diferença na apresentação de uma canção. Com voz marcante e movimentos cheios de personalidade, o cantor de Bela Vista (MS) arrebatou o público logo que apareceu no cenário nacional, já em 1973, como vocalista do grupo vanguardista Secos & Molhados, e começou a trilhar uma indiscutível carreira de sucesso, dois anos depois, com o primeiro álbum solo, “Água do Céu – Pássaro”.
Consagrado, Ney, que resgatou o sobrenome Matogrosso da família do pai, tem rodado o país com o show “Atento aos Sinais”, gravado em São Paulo. O artista o define como uma superprodução, a maior de que já fez parte.
“Usamos uma iluminação que eu nunca havia usado ou visto alguém utilizar por aqui. É uma luz de rock’n’roll”, explica. “Atento aos Sinais” é pop, urgente, com músicas de compositores consagrados, como Caetano Veloso (“Two Naira Fifty Kob”) e Paulinho da Viola (“Roendo as unhas”), mas que destaca a produção de novos nomes, como Criolo (“Freguês da Meia-Noite”), a banda Zabomba (“Pronomes”), Dani Black (“Oração”), o alagoano Vítor Pirralho (“Tupi Fusão”), Dan Nakagawa (“Todo mundo o tempo todo”) e os cariocas do Tono (“Não Consigo” e “Samba do Blackberry”).
“Muitos me procuram, vão aos shows e me entregam letras, discos gravados. Outros conheço através da internet. Sempre acho que, numa dessas, posso encontrar coisas interessantes, como tenho encontrado”, conta.
Para celebrar os 75 anos de um dos maiores intérpretes do país, o site da UBC pediu que ele respondesse de forma curta e direta algumas perguntas. Pedimos também que compartilhasse conosco algumas imagens de carreira. Ou seja, Ney Matogrosso é o aniversariante do mês mas o presente é todo nosso.
Música de que gosta para o dia a dia.
Ney Matogrosso: Não tenho um único estilo. Gosto de tudo. Dos clássicos aos populares.
Uma pessoa que marcou sua vida profissional.
Astor Piazzolla (compositor e bandoneonista argentino). Ele foi a primeira pessoa que me deu uma música para cantar depois de eu ter deixado o Secos & Molhados (a banda estava no auge da popularidade). Quando cheguei até o Astor, ele disse que já me conhecia e me convidou para gravar com ele.
Três músicas do seu repertório que você gosta muito de cantar:
“Sangue Latino”, “Rosa de Hiroshima” e “Balada do Louco”.
Uma canção com que se identifica tanto que gostaria de ter escrito, apesar de não ser compositor.
Todas as músicas que eu canto eu poderia ter escrito. Compactuo com todas elas.
Ainda há algum lugar no Brasil ou no mundo em que gostaria de se apresentar?
Muitos! Na França, apesar de eu já ter me apresentado em Paris, gostaria de cantar no Olympia.
Como vê esta nova geração da MPB?
É muito talentosa. Ouço dizer que há uma crise na música... Mas penso sempre que há uma crise no rádio, que não toca esta geração.
Uma plateia atenta.
Minhas plateias são muito atentas. Mas São Paulo gosta muito dos meus shows. Já apresentei o "Atento aos Sinais" umas 15 vezes por lá. Parece até que sou paulista, eu surgi em São Paulo mas não nasci lá. Eles me abraçam como se eu tivesse nascido.
Todos os artistas que sobem ao palco do Circo Voador (RJ) dizem que tocar lá é especial. Recentemente você se apresentou na lona da Lapa. Foi especial?
Tocar no Circo Voador é especial, sim. Primeiro porque é redondo, e lugares redondos são especiais. Desde a primeira vez em que pisei no Circo Voador sabia que o público dali era completamente diferente do público do Rio.
Ney por Ney.
Uma pessoa que sempre lutou pela liberdade.
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