quarta-feira, 11 de outubro de 2017
DELEGADO MARIO MENIN JUNIOR |
Reportagem da Folha de São Paulo de ontem (10), assinada pelo repórter Mário Cesar Carvalho revela que a Polícia Federal prendeu, ontem, um membro da própria corporação, por extorsão a empresários na Região de Campinas, entretanto, a reportagem também apurou que as investigações contra o policial seriam um desdobramento da Operação Alcmeon, que apura venda de decisões judicias do TRF da 5ª Região, com sede no Recife.
Trata-se do delegado da Polícia Federal, Mario Menin Junior, que tem mais de 30 anos na corporação e já atuou na corregedoria do órgão em São Paulo investigando outros policiais e ocupou cargos importantes na entidade. Mario Menin já chefiou a delegacia contra o crime organizado em São Paulo e as operações no aeroporto internacional de Cumbica (SP).
Além de Menin Junior, outras três pessoas foram detidas, acusadas de se passarem por delegados da PF.
O delegado, segundo a reportagem da Folha, "chegou chorando à superintendência da Polícia Federal em São Paulo". A prisão do policial se deu a partir de uma investigação iniciada na corregedoria, seção que chefiou.
A ordem para prender Menin Junior foi dada pela Juíza Federal Valdirene Ribeiro de Souza Falcão, de Campinas que assim como a própria Superintendência da Polícia Federal não deu qualquer declaração sobre os motivos da prisão do delegado, entretanto, a Folha de São Paulo apurou que a prisão do policial faz parte da Operação Alcmeon, que investiga a venda de sentenças judiciais no TRF (Tribunal Regional Federal) da quinta região, cuja sede fica no Recife (PE), e envolve ações da Justiça Federal em segunda instância.
Procuradores envolvidos na operação revelaram à reportagem da Folha que havia a venda de sentenças da Operação Lava Jato que correm no Nordeste.
O nome de Menin Junior aparece em duas ações do TRF do Recife, ambas envolvendo o pagamento de precatórios emitidos pelo Estado de Alagoas.
Familiares disseram à Folha que podem ser ações envolvendo parentes do policial, já que ele não poderia advogar em tese.
A operação da PF que investiga a venda de sentenças foi deflagrada no fim de agosto no Recife e em Natal a partir da delação de um empresário que chegou a pagar para evitar ser preso e ter seus bens sequestrados.
Ele disse no acordo de delação que assinou que pagava R$ 350 mil por uma decisão favorável. Relatou que chegou a ter um veículo sequestrado pelos vendedores de sentença para garantir o pagamento.
OUTRO LADO
Procurado pela Folha, o advogado Pedro Luiz Aguirre Menin, tio do delegado e desembargador aposentado do Tribunal de Justiça de São Paulo, não foi encontrado para comentar a prisão.
Familiares disseram à reportagem que o advogado estava viajando de volta para São Paulo para cuidar do caso do delegado.
Amigos e familiares afirmaram à Folha que os outros três presos podem ter usado o nome de Menin Junior para extorquir empresários.
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