5 de Fevereiro de 2018
Temer vai bancar a nomeação de Cristiane Brasil para o Ministério do Trabalho até que sejam esgotados todos os recursos, declarou hoje o ministro Marum. Diante de tanta disposição para o desgaste, fica um pergunta: qual foi a ameaça que o pai dela, Roberto Jefferson, fez a Temer para que a filha "não saia de bandida", apesar de sua condenação pela Justiça do Trabalho, apesar do vídeo marítimo, do áudio ameaçando funcionários e da ação em que é acusada de comprar apoio do narcotráfico?
Em 2005, Roberto Jefferson ficou sob o risco de "sair de bandido": seu indicado Maurício Marinho foi filmado cobrando propina para o PTB nos Correios e uma enxurrada de outras denúncias contra o então deputado petebista foram publicadas pela imprensa. Entre elas a de que pedira ao presidente do IRB, também por ele indicado, que conseguisse com empresários do ramo de seguros uma mesada de R$ 400 mil para o PTB. Jefferson atribuiu a José Dirceu e à Abin a encomenda da gravação e das reportagens. Para "não sair de bandido", como disse agora em relação a sua filha Cristiane, ele resolveu explodir o primeiro governo Lula. Deu aquela entrevista a Renata Lo Prete, na FSP, falando da existência de um "mensalão" que seria pago aos deputados da base governista, sob o comando de Dirceu.
Ficou provado que um caixa dois gerido por Marcos Valério repassava dinheiro a deputados para o pagamento de suas dívidas de campanha. Nunca se provou a mensalidade, a mesada por ele descrita mas isso são águas mortas, assim como o uso de dinheiro publico para abastecer o valerioduto. Apesar das contraprovas da execução dos serviços contratados pelo Banco do Brasil à agência de Valério, o STF, sob o comando de Joaquim Barbosa, passou o sarrafo das condenações em todos os réus da AP 470.
Antes da entrevista que feriu o PT de morte, Jefferson avisou a Dirceu que não iria cair sozinho.
E agora, o que terá dito a Temer, para conseguir a manutenção da escolha da filha?
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