Páginas

Pesquisar este blog

terça-feira, 29 de outubro de 2013

Por um incentivo de amplo alcance

Classe discute a formação do Funcultura específico para música, que deve ser implantado em dezembro. Ela defende que programa deve conduzir cadeia


29/10/2013 09:11 - Thaís Cavalcanti, da Folha de Pernambuco
Divulgação
"É importante que este edital se torne lei", diz Justino
Certos editais de incentivo à cultura, a exemplo do próprio Fundo Nacional de Cultura (FNC), são separados por linguagem e área artística. Para muitos, um edital específico para determinada área é uma realidade que ajuda a atender melhor as especificidades da linguagem. Com dez anos, o Funcultura (Fundo Pernambucano de Incentivo à Cultura), através da Fundarpe, separou um edital somente para o audiovisual, em 2007. Hoje, a classe musical e a Fundarpe discutem um edital específico para a música, que deve ser implantado, por decreto, no início de dezembro.
Desde que o Funcultura lançou o primeiro edital do Funcultura Independente, foram destinados R$ 159,1 milhões para as diversas linguagens da cultura pernambucana. Dessas, o setor de música inscreveu, no total, 2084 projetos, no valor de R$ 137 milhões. 349 foram aprovados e receberam, no total, um investimento de R$ 21 milhões. A fim de discutir quais melhorias devem ser feitas no novo edital, a classe musical se reúne nesta terça (29) pela segunda vez, na sede da Regional Nordeste do Ministério da Cultura, no Bairro do Recife, por volta das 19h.
Divulgação
Tibério acha que a forma de análise atual é segregada
O grupo pretende se reunir às segundas (a desta terça será uma exceção devido ao feriado de ontem) e as pautas já discutidas em reunião passada, como alinhamento com o mercado, deverão ser consolidadas na criação de um documento a ser encaminhado ao governador e ao secretário de Cultura.
    De 2003 pra cá, o número de projetos de música inscritos representaram cerca de 30% de todo o edital, de modo a receber cerca de 23,2% desse total. A cantora Alessandra Leão defende que o principal argumento para a proposta é a alta demanda dos projetos de música em relação aos recursos disponibilizados para a área. “Há uma verba destinada a cada segmento, da qual música costumou se beneficiar por levar uma fatia maior, além de receber ‘sobra’ das outras áreas. Como isso está mudando, e outras áreas têm recebido um recurso previsto para elas (o que é mais justo), a música recebe um déficit”.
    Divulgação
    Alessandra argumenta a alta demanda de projetos na área
    Andreza Portela, coordenadora demúsica da Fundarpe, que esteve presente nas discussões e reunião, acredita que todas as linguagens precisam ter seu próprio edital dentro do Funcultura. “Sabemos que é um processo lento, mas acredito que a tendência seja que todos conquistem seu próprio edital”. Tanto para Alessandra, quanto para o cantor Tibério Azul e o DJ Justino Passos, alguns dos integrantes do grupo, é preciso repensar as linhas de ação do edital. “Acredito que alinhar o edital comomercado é fazer umplano de negócios de quem apresenta o projeto. Há uma cadeia produtiva no audiovisual muito respeitada. Na música, não. Émuito segregada a forma de análise hoje. Se aprovo um disco, é interessante aprovar uma circulação nacional e outros projetos linkados. E não pular etapas”, opina Tibério.
    Justino comenta sobre esse papel do Estado dentro do mercado de produção cultural. “A Petrobras, por exemplo, tem uma linha de financiamento bem objetiva e com resultados muito positivos, por financiar uma turnê durante um período em que as gravações do músico são patrocinadas por ela. Mas o estado se aproveita pouco do financiamento que faz. Tem quem diga ‘problema do estado aparecer como referência cultural ou não’. O problema é nosso também. Além disso, é importante que o edital específico não seja somente um decreto - facilmente derrubável - mas se torne lei”.

    Nenhum comentário:

    Postar um comentário