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sábado, 14 de março de 2015

EDUCAÇÃO UFPE e UFRPE se preparam para corte de verbas federais

Nas duas universidades, contas estão em dia, mas preocupação é com os próximos meses.


A ordem é economizar e só gastar o estritamente necessário

Publicado em 14/03/2015


Laboratórios, como esse da UFPE, poderão deixar de receber investimentos por falta de recursos federais. / Foto: Guga Matos / JC Imagem



Laboratórios, como esse da UFPE, poderão deixar 



de receber investimentos por falta de recursos federais.



Foto: Guga Matos / JC Imagem

As Universidades Federal (UFPE) e Federal Rural de Pernambuco (UFRPE) ainda não sentiram o efeito do corte, anunciado pela União, de 30% nos recursos enviados pelo Ministério da Educação (MEC). Em outras instituições do País houve falta de pagamento de serviços, atraso de bolsas e até adiamento de aulas. Nas duas universidades pernambucanas as contas estão em dia, segundo os reitores, mas há uma grande preocupação com a situação dos próximos meses. Enquanto o orçamento deste ano não é definido e o envio de recursos se normaliza, a ordem é economizar e só gastar o que for estritamente necessário.

“Não sei até quando vamos aguentar, mas estamos conseguindo honrar com os nossos pagamentos. Diante desse cenário de 2015, que não é dos melhores, e da consciência de que teremos um ano difícil, estamos fazendo uma gestão mais criteriosa, tendo mais cuidado com as despesas”, afirma o pró-reitor de Planejamento, Orçamento e Finanças (Proplan) da UFPE, Hermano Perrelli. Segundo ele, por enquanto não há previsão de nenhum plano de ajustes.

O primeiro semestre letivo começa segunda-feira. A UFPE tem cerca de 30 mil alunos das graduações oferecidas no Recife, em Vitória de Santo Antão (Zona da Mata) e Caruaru (Agreste). Com o decreto presidencial nº 8.389, de 7 de janeiro deste ano, em vez de receber, por mês, o equivalente a 1/12 do orçamento, as instituições estão ganhando 1/18 do MEC. “Ano passado, para custeio, a UFPE recebia mensalmente entre R$ 15 milhões e R$ 20 milhões. Este ano o repasse está entre R$ 10 milhões e R$ 14 milhões”, explica Hermano.

Aluna do quarto período de ciências ambientais, Wilha Roberta Azevedo, 28 anos, recebe três bolsas da universidade: auxílio-moradia (R$ 350), bolsa permanência (R$ 381) e bolsa alimentação (R$ 200 mais três refeições diárias no Restaurante Universitário). “Não houve atraso no pagamento das bolsas até agora. Mas estou preocupada que com essa crise deixe de haver repasse. Se isso acontecer, terei que trancar o curso e voltar para Limoeiro, minha cidade”, afirma Wilha. Outro receio da estudante é que haja comprometimento na infraestrutura da universidade. “Já é difícil porque nem sempre tem material para as aulas práticas. Há vezes em que temos de trazer luvas e pinças”, comenta.

Na Rural, duas medidas foram tomadas pela reitoria diante do cenário de diminuição do repasse de verbas do MEC. “O momento é de cautela. Motivados pela necessidade de reduzir despesas e pela consciência ambiental e agravamento da situação hídrica, iniciamos, mês passado, uma campanha para baixar o consumo de água e energia”, informa o vice-reitor da UFRPE, Marcelo Carneiro Leão. Somente com energia a universidade gasta, por ano, cerca de R$ 5 milhões.

“Também determinamos que as aulas práticas que necessitam de ônibus para deslocamento dos alunos só serão realizadas a partir de maio. Até lá esperamos que o orçamento de 2015 seja definido. Como é um serviço terceirizado, optamos por contratar a empresa após sabermos quanto teremos de repasse do MEC este ano”, enfatiza o vice-reitor.

Por mês, este ano, a Rural está recebendo R$ 1,8 milhão a menos para custeio, se comparado com 2014. Ano passado, o repasse mensal do MEC, para despesas de custeio, era de R$ 5,6 milhões. Agora é R$ 3,7 milhões. “Se continuar assim, teremos que fazer ajustes. Hoje está tudo sob controle, com pagamento em dia dos terceirizados, das bolsas e das contas”, destaca Marcelo Carneiro Leão.

Na Rural estudam cerca de 18 mil alunos (graduação e pós) no Recife, Cabo de Santo Agostinho (Região Metropolitana), Garanhuns (Agreste) e Serra Talhada (Sertão). O ano letivo também começa segunda-feira.

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