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segunda-feira, 27 de junho de 2016

Seminário reúne especialistas para debater produção sustentável de carvão vegetal

Evento contou com cerca de 150 especialistas do setor siderúrgico de Minas Gerais.

carvao
PROJETO PREVÊ PRODUÇÃO DE CARVÃO VEGETAL PROVENIENTE DE REFLORESTAMENTO 
E NÃO AGRESSOR DO MEIO AMBIENTE. FOTO: TIAGO ZENERO.

3 Junho 2016
do PNUD

O Brasil é o único país do mundo produtor de carvão vegetal para o setor siderúrgico. Para discutir como utilizá-lo de maneira sustentável e sem agredir o clima, representantes do Ministério do Meio Ambiente (MMA), do Ministério da Indústria, Comércio Exterior e Serviços (MDIC), do Ministério da Ciência, Tecnologia, Inovações e Comunicações (MCTIC), do governo do Estado de Minas Gerais, do PNUD e outros parceiros locais estão reunidos hoje em Belo Horizonte no I Seminário de ações do projeto Siderurgia Sustentável.

A proposta do evento é apresentar a iniciativa aos setores siderúrgico, privado e acadêmico do Estado de Minas Gerais, onde o projeto deverá atuar como piloto até 2019. A intenção é proporcionar um modelo de carvão vegetal sustentável para replicação em outros estados do Brasil e como iniciativa de cooperação Sul-Sul para outros países.

“É necessário que o Estado de Minas dê um pulo em direção aos setores intensivos de tecnologia. Isso é possível enfrentando os desafios dos setores que nos trouxeram até aqui”, pontuou o presidente Banco do Desenvolvimento de Minas Gerais (BDMG) Marco Aurélio Crocco Afonso.

Primeiramente, o projeto atuará junto ao setor de ferro-gusa, aço e ferro-ligas de Minas Gerais, para fazer um levantamento das tecnologias sustentáveis para produção do carvão vegetal no Brasil. “Queremos englobar também as pequenas e médias siderurgias, para que todos estejam alinhados com um modelo sustentável”, explica a oficial de programa da unidade de desenvolvimento sustentável do PNUD, Marina Ribeiro.
“O tema tratado aqui é de uma transcendência que não se restringe ao setor de siderurgia, mas que poderá nos trazer lições de boas práticas para ampliarmos essa discussão a diversos outros setores”, lembrou o secretário indicado de mudanças climáticas e qualidade ambiental do MMA, Everton Lucero.

Para a adoção de um modelo sustentável de produção do carvão, é necessário levar em consideração alguns fatores, como a qualidade de vida e de trabalho dos carvoeiros, preocupando-se com as questões sociais e de gênero. Dessa forma, o projeto atuará na capacitação dos profissionais de siderurgia e de carvoeiros, com foco no trabalho decente.

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A MESA DE ABERTURA DO EVENTO CONTOU COM A PARTICIPAÇÃO DE INSTITUIÇÕES ESTADUAIS, FEDERAIS E INTERNACIONAIS. FOTO: TIAGO ZENERO.
“O projeto também é importante para o combate ao desmatamento da vegetação nativa, especialmente a mata atlântica”, lembrou o secretário-adjunto Secretaria de Estado de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável (SEMAD) de Minas Gerais, Germano Vieira. Dessa forma, todo o carvão vegetal produzido pelas siderurgias deverá ser proveniente de eucalipto de reflorestamento.

Alem das siderúrgicas, o projeto busca parceria com o setor acadêmico para realizar pesquisas de aperfeiçoamento tecnológico, assim como para desenvolver uma plataforma digital para medir e relatar as emissões no setor no Brasil. No evento, o chefe da assessoria de relações internacionais do Governo de Minas Gerais, Rodrigo Perpétuo, ressaltou a importância da participação dos parceiros: “Agradeço o setor privado e a academia, fundamentais para a implementação desse projeto”. 

O coordenador-substituto de ações do desenvolvimento energético do MCTIC, Gustavo de Lima Ramos, ressaltou que “quando existe cooperação entre todos os atores, conseguimos resultados mais rápidos”.  
“Essa é uma oportunidade para superarmos a crise de setores mais tradicionais da indústria”, complementou o analista da coordenação de energia e desenvolvimento sustentável do MDIC, Demétrio Florentino de Toledo Filho.

Para finalizar, o diretor do Departamento de Mudanças Climáticas do MMA, Adriano Santhiago de Oliveira afirmou que o projeto deve ser um incentivo para o setor, não uma barreira. “Por isso, o setor privado é fundamental. Precisamos do financiamento para que o projeto ganhe escala e possamos fazer uma real transformação no setor”. 

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