Sem citar nomes, polícia confirma notícia divulgada pela Coluna do Estadão, que implica o senador Fernando Bezerra Coelho
Publicado em 10/08/2016, às 17h12
Sem citar nomes, PF conclui destinação ilegal de R$ 20 milhões à
campanha do "então governador , hoje falecido" (Eduardo),
por intermédio do "senador" (Fernando Bezerra)
Divulgação
JC Online
Sem citar nomes, a Polícia Federal divulgou, na tarde desta quarta-feira (10/08), uma nota confirmando a comprovação de destinação ilegal de R$ 20 milhões à campanha eleitoral de reeleição de Eduardo Campos (PSB) como governador de Pernambuco, por meio da atuação do então secretário de Desenvolvimento Econômico do Estado e do Complexo Portuário de Suape, hoje senador Fernando Bezerra Coelho, do mesmo partido. A assessoria do político nega a prática ilícita.
A informação tinha sido antecipada pela Coluna do Estadão. De acordo com a PF, “o montante teve origem em valores desviados de contratos celebrados pela Petrobras com três empreiteiras responsáveis pela execução de obras da Refinaria de Abreu e Lima”. Os repasses foram executados “por meio de operações fictícias, o que incluía doações eleitorais ‘oficiosas’ e pagamentos em espécie, além de contratos fraudulentos ou superfaturados firmados com empresas de fachada ligadas aos envolvidos”.
Segundo a assessoria da PF, é regra não divulgar o nome dos acusados. Na notícia, a polícia informa que “foram identificados elementos suficientes para apontar a materialidade e autoria dos crimes de corrupção passiva qualificada, lavagem de dinheiro e organização criminosa de três pessoas: um senador, um empresário e ex-presidente da Companhia Pernambucana de Gás e de um empresário recentemente preso na Operação Turbulência.”
Ainda de acordo com a PF, o inquérito 4005 do Supremo Tribunal Federal foi encerrado segunda-feira (8/8), instaurado no âmbito da Operação Lava Jato, que apura eventual envolvimento de pessoas com prerrogativa de foro em crimes de corrupção e desvio de recursos ocorridos na Diretoria de Abastecimento da Petrobras. O relatório conclusivo já seguiu ao STF, acompanhado do material produzido durante as investigações. Nenhum delegado falará oficialmente sobre o caso, informa a polícia.
Antes da nota da PF, a assessoria do senador Fernando Bezerra Coelho divulgou a seguinte resposta:
"A defesa do senador Fernando Bezerra Coelho não teve acesso à manifestação da Polícia Federal. Esclarece que, no processo penal, a conclusão do inquérito é apenas um registro administrativo da polícia, sem nenhuma verdadeira consequência processual.
O senador Fernando Bezerra espera que o Procurador-Geral da República mantenha suas prévias manifestações, no sentido de que a finalidade do inquérito policial e as atribuições de delegados de polícia concentram-se na apuração de infrações penais, com o intuito de subsidiar a atuação do Ministério Público, não cabendo aos delegados emissão de juízo de valor sobre a conduta investigada.
Por fim, acredita a defesa que os elementos colhidos demonstram que não houve qualquer prática ilícita por parte do Senador."
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