Redação PragmatismoEditor(a)
MICHEL TEMER20/MAR/2017 ÀS 11:59
Michel Temer faz gesto político para tentar minimizar os efeitos da operação ‘Carne Fraca’, mas comete gafe e agrava a crise. Segundo funcionários do restaurante, carne servida ao presidente e convidados era importada do Uruguai, da Argentina e da Austrália
Em um gesto político para tentar minimizar os efeitos negativos da Operação Carne Fraca sobre a venda de carne brasileira, o presidente Michel Temer jantou neste domingo em uma churrascaria de Brasília acompanhado de ministros e embaixadores e representantes de 27 países.
A carne bovina que Temer comeu, porém, não era de origem brasileira, segundo funcionários do próprio restaurante ouvidos pela Agência Estado. Somente as carnes suínas e de frango servidas no local são nacionais. A carne bovina é importada da Argentina, Uruguai e Austrália.
Temer e a comitiva participaram de um rodízio. O Palácio do Planalto reservou uma mesa para 80 pessoas. O preço do rodízio por pessoa foi de R$ 119. O valor incluía carnes, um bufê de saladas, acompanhamentos e sushi. A bebida era à parte.
Temer comeu carne bovina e frango, queijo coalho assado, acompanhado de uma típica caipirinha brasileira. Na mesa, também foi servido vinho tinto, dessa vez nacional, da vinícola Casa Valduga, produzido em Bento Gonçalves, no Rio Grande do Sul.
A comitiva sentou em uma grande mesa no centro do salão principal da churrascaria, localizada no Lago Sul, área nobre de Brasília. Temer estava no centro da mesa, ladeado pelos embaixadores da China e de Angola no Brasil. Entre os ministros presentes estavam Moreira Franco (Secretaria-Geral da Presidência), Blairo Maggi (Agricultura), Marcos Pereira (Indústria, Comércio Exterior e Serviços). O ministro das Relações Exteriores, Aloysio Nunes, não estava presente.
Temer passou cerca de uma hora no local. No final, tirou foto com os garçons que o serviram. Em rápida entrevista, disse que a mensagem que queria passar com o jantar era de que não há motivos para causar “terror” no exterior sobre a carne brasileira. Lembrou que 33 fiscais sanitários estão envolvidos em irregularidades, de um total de quase 12 mil servidores do Ministério da Agricultura, e que dos cerca de 4.830 frigoríficos existentes no país, 21 são investigados e três foram inabilitados.
“Então, não é para causar um terror que hoje está possivelmente se imaginando que possa causar em relação ao exterior”, afirmou.
Agência Estado
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