som e dos rumos da carreira de uma banda
AD Luna - Diarios Associados
Publicação: 20/12/2013 20:56
Da música brasileira, Eloy Casagrande diz gostar de Djavan, Elis Regina e dos colegas de baquetas Milton Banana, Cuca Teixeira e Christiano Rocha. Foto: Marcelo Mattina/Gruda em Mim |
A entrada de um músico em determinadas bandas pode fazer muita diferença. Seja por seu carisma, criatividade, facilidade em se comunicar com os novos companheiros e o público, de se entrosar, de trazer novas ideia, por suas habilidades técnicas ou até mesmo visão de negócios, ele ou ela pode contribuir para a mudança do som e dos rumos da carreira de um grupo. Este parece ser o caso de Eloy Casagrande, baterista de apenas 22 anos, que há dois integra o Sepultura.
Com o Sepultura no festival Rock Hard Festival (Alemanha)
Formado em 1984 pelos irmãos Max e Igor Cavalera (que o deixaram), o grupo brasileiro de thrash metal vem recebendo elogios da crítica especializada e de fãs da música pesada por conta do lançamento do álbum The mediator between head and hands must be the heart. Com pegada forte, porém clara, acompanhada por composições inventivas de bateria, Eloy Casagrande contribuiu bastante para transformar o disco em um dos melhores do Sepultura.
Durante uma recente apresentação no programa online Estúdio Showlivre, o guitarrista e atual líder do Sepultura, Andreas Kisser, afirmou que essa é uma das melhores fases da banda e que Eloy “caiu como uma luva”. “Ele respeita bastante o trabalho do Igor e do Jean Dolabella (bateristas anteriores) e trouxe várias possibilidades para a música do grupo”, declarou.
The mediator… traz de volta a sonoridade extrema dos primeiros álbuns da banda, aliado a complexas variações rítmicas. “A primeira do disco (Trauma of war) é bem trabalhada. Destaco tambémManipulation of tragedy que tem partes bem interessantes. Há músicas mais rápidas e outras com levadas baseadas em ritmos brasileiros”, explica Eloy Casagrande.
Eloy Casagrande, aos 11 anos de idade
Apresentação para o Papa Francisco
Eloy Casagrande nasceu em Santo André (SP), em janeiro de 1991. Ele se iniciou na bateria aos seis anos. No início da adolescência, ele já podia ser visto em programas de TV brasileiros e conquistando prêmios em festivais nacionais e internacionais dedicados ao instrumento.
Eloy Casagrande nasceu em Santo André (SP), em janeiro de 1991. Ele se iniciou na bateria aos seis anos. No início da adolescência, ele já podia ser visto em programas de TV brasileiros e conquistando prêmios em festivais nacionais e internacionais dedicados ao instrumento.
Além do Sepultura, Eloy toca na banda católica Iahweh com a qual se apresentou para o Papa Francisco, durante a Jornada Mundial da Juventude, realizada no Rio de Janeiro, em julho. “Foi muito legal. Estou gostando desse papa, que veio para fazer várias mudanças e é muito humano. Ele está falando a língua dos jovens e quer trazê-los de volta para igreja”.
Para alguns, pode parecer paradoxal o católico Eloy Casagrande tocar músicas presentes no novo disco do Sepultura, como The age of the atheist (A era do ateu) e The Vatican, que critica a mais poderosa instituição religiosa do planeta. O música conta que realmente há pessoas na comunidade cristã da qual participa que não entendem bem essa situação. “Comentam bastante, mas eu não ligo. Quem me conhece, sabe como sou. Eles precisam entender que isso é uma arte”, pondera.
Sobre The Vatican ele explica: “É uma letra que critica a parte humana da igreja, que é falha. Ela não está falando mal da parte religiosa em si”.
Videoclipe de The Vatican
Artistas favoritos e estudos
Entre os bateristas preferidos de Eloy Casagrande estão Aquiles Priester (ex-Angra, atual Hangar e um de seus professores), Mike Terrana, Tommy Aldridge (Whitesnake), Deen Castronovo (Journey), Dennis Chambers e Vinnie Colaiuta.
Ele é fã do falecido vocalista Dio, que já cantou no Black Sabbath; tem escutado o mais recente do Deftones (Koi no yokan, de 2012), Korn e System of a Down. Da música brasileira, Eloy diz gostar de Djavan, Elis Regina, e dos colegas de baquestas Milton Banana, Cuca Teixeira e Christiano Rocha.
O baterista diz que procura manter uma rotina permanente de estudos. “Pelo menos, três horas por dia. Mas não é o número de horas que importa e sim a concentração e o empenho. É melhor estudar uma hora concentrado do que três disperso”, aconselha.
Chico Science
No novo álbum, o Sepultura homenageia Chico Science & Nação Zumbi com uma regravação de Da lama aos caos - faixa-título do primeiro álbum dos pernambucanos a qual, originalmente, já continha riffs thrash produzidos pela guitarra de Lúcio Maia. “Tentamos manter o espírito da música. Não inventamos muito, deixamos só um pouco mais pesada. É uma música que combina muito com o Sepultura”, avalia Eloy Casagrande.
Chico Science
No novo álbum, o Sepultura homenageia Chico Science & Nação Zumbi com uma regravação de Da lama aos caos - faixa-título do primeiro álbum dos pernambucanos a qual, originalmente, já continha riffs thrash produzidos pela guitarra de Lúcio Maia. “Tentamos manter o espírito da música. Não inventamos muito, deixamos só um pouco mais pesada. É uma música que combina muito com o Sepultura”, avalia Eloy Casagrande.
OUTROS MÚSICOS QUE FIZERAM DIFERENÇA
Bruce Dickinson, vocalista do Iron Maiden
O cantor, compositor, historiador, esgrimista e piloto de avião comercial de 55 anos entrou no Iron Maiden no final de 1981, ainda que sob certa desconfiança dos fãs de Paul Di´Anno, o vocalista anterior. Entretanto, sua voz potente, carisma e ótima comunicação e movimentação de palco conquistaram os desconfiados. Em 1982, Bruce lançou com o Iron o álbum The number of the beast, que pôs o então quinteto inglês entre os grandes do gênero e do rock mundial. Em seguida, vieram outros álbuns clássicos e bem-sucedidos comercialmente. Depois de sair da banda em 1990, ele voltou nove anos depois, gravou o disco Brave new world (2000) e continua comandando multidões à frente do grupo até hoje.
Cliff Burton, baixista do Metallica
Com seu jeitão hippie e grande fã da literatura de terror do compatriota norte-americano H. P. Lovecraft, Burton exerceu enorme influência musical e afetiva sobre seus companheiros de banda. O seu gosto por artistas de sonoridades diversas, a exemplo do Velvet Underground, Pink Floyd, Yes, Peter Gabriel, Bach, Beethoven e ZZ Top abriu um mundo de novas possibilidades para o grupo, que começava a ganhar destaque no cenário metálico, antes de lançar seu primeiro disco (Kill 'em all, de 1983). “Além de nos ensinar teoria musical, (Cliff) era quem mais havia estudado entre nós, tendo feito um curso universitário de música, e nos ensinou bastante”, afirmou, o vocalista e guitarrista James Hetfield, na biografia da banda, escrita por Mick Wall. Cliff Burton morreu de forma trágica, em um acidente com ônibus de turnê do Metallica, em 1986, na Suécia.
David Gilmour, vocalista e guitarrista do Pink Floyd
Guitarrista de estilo elegante, Gilmour foi convidado a entrar no Pink Floyd, em 1967, depois que os problemas com drogas impediram que Syd Barrett - o então cantor, letrista, guitarrista e grande amigo dos outros integrantes da banda - chegaram ao nível do insuportável. David Gilmour, que também mantinha relação de amizade com Barrett, começou a dividir as composições com o colega Roger Waters. Já no primeiro ano de banda, iniciou a gravação do segundo disco do Floyd, A saucerful of secrets, que foi lançado em 1968. Com a saída de Waters, em 1985, Gilmour assumiu o controle total da banda. Uma curiosidade, segundo o baterista Nick Mason, o nome de Jeff Beck chegou a ser mencionado, mas eles não tiveram coragem de ligar para o guitarrista na época.
Sid Vicious, baixista do Sex Pistols
Apesar de praticamente não saber tocar baixo, Sid entrou para a revolucionária banda punk inglesa em 1977. O guitarrista do grupo, Steve Jones, teve que ajudá-lo a conseguir tocar todas as músicas do primeiro e único disco dos Pistols, Never mind the bollocks, here's the Sex Pistols (lançado no mesmo ano). A exceção foi Anarchy in the UK, gravada anteriormente pelo baixista original do grupo, Glen Matlock. O visual e a vida completamente desajustada de Vicious contribuíram para aumentar o interesse em torno dos Pistols. Era como se ele fosse o símbolo em pessoa de todo o discurso de caos e (auto) destruição do punk. Ele morreu de overdose aos 21 anos, no dia 2 de fevereiro de 1979, depois de um tentativa mal-sucedida de seguir em carreira solo.
Apesar de praticamente não saber tocar baixo, Sid entrou para a revolucionária banda punk inglesa em 1977. O guitarrista do grupo, Steve Jones, teve que ajudá-lo a conseguir tocar todas as músicas do primeiro e único disco dos Pistols, Never mind the bollocks, here's the Sex Pistols (lançado no mesmo ano). A exceção foi Anarchy in the UK, gravada anteriormente pelo baixista original do grupo, Glen Matlock. O visual e a vida completamente desajustada de Vicious contribuíram para aumentar o interesse em torno dos Pistols. Era como se ele fosse o símbolo em pessoa de todo o discurso de caos e (auto) destruição do punk. Ele morreu de overdose aos 21 anos, no dia 2 de fevereiro de 1979, depois de um tentativa mal-sucedida de seguir em carreira solo.
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