A estimativa é que mais da metade dos municípios colombianos tem campos minados. Esse tipo
de armamento já deixou mais de 11 mil vítimas
Publicado em 08/03/2015, às 14h40
Folhapress
O governo da Colômbia e as Farc (Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia) anunciaram neste sábado (7) um acordo para retirar as minas terrestres das áreas de combate, em meio às negociações de paz realizadas em Cuba.
Em entrevista coletiva em Havana, as duas equipes de negociadores informaram que a intenção é "avançar na construção da confiança e contribuir para gerar condições de segurança aos moradores em áreas de risco pela presença das minas".
O negociador-chefe do governo, Humberto de la Calle, disse que o trabalho será conjunto supervisionado pela Noruega. "A proposta de retirada de minas é um primeiro passo, mas um passo gigante rumo à paz. Isto é uma prova de que estamos trabalhando na direção correta", afirmou.
Com este "novo e decisivo" passo, insistiu De la Calle, as delegações de paz do governo e da guerrilha, reunidas em Havana desde novembro de 2012, conquistam maior "confiança" para pôr fim ao conflito armado que já dura mais de 50 anos.
Por sua parte, o chefe negociador das Farc, Luciano Marín Arango, conhecido como "Ivan Márquez", declarou que hoje é "um dia memorável" para o processo de paz.
"Vamos por um bom caminho", comentou "Márquez", ao ressaltar que as partes negociadoras entregaram à Colômbia "um acordo humanitário" que contribuirá ao fim do conflito.
PRESIDENTE
O otimismo também foi compartilhado pelo presidente Juan Manuel Santos. "É um passo importantíssimo, porque era um passo necessário, como demonstração de que vamos no caminho correto para pôr fim a um conflito que nos dessangrou durante mais de 50 anos".
A estimativa é que mais da metade dos municípios colombianos tem campos minados. Esse tipo de armamento deixou mais de 11 mil vítimas, entre mortos e feridos, tornando a Colômbia o terceiro país mais afetado do mundo pelo problema, atrás apenas de Afeganistão e Camboja.
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