terça-feira, 8 de janeiro de 2013
INTERNACIONAL Chavistas confirmam que presidente não tomará posse
EM CARACAS DE SÃO PAULO Líderes chavistas confirmaram nesta terça-feira, em carta à Assembleia Nacional venezuelana, que o presidente não tomará posse de seu novo mandato, nesta quinta-feira (10), como prevê a Constituição. Hugo Chávez está internado desde dezembro em Cuba, onde se recupera de sua quarta cirurgia por conta de um câncer na região pélvica. Não há previsão de alta. Conforme o comunicado, a posse está adiada indefinidamente. O anúncio acirra ainda mais as tensões entre situação e oposição, que já se enfrentam há várias semanas em torno da polêmica sobre o que acontece agora. Os chavistas afirmam que a cerimônia de posse na Assembleia Nacional é um formalismo, que pode ser cumprido posteriormente ante a Suprema Corte venezuelana. Portanto, defendem que o vice-presidente, Nicolás Maduro, continue no cargo por até seis meses --ou até que o atual mandatário volte de Cuba. Mas a oposição pressiona para que o presidente da Assembleia Nacional, Diosdado Cabello, assuma o cargo interinamente. Desta forma, ele fica obrigado a convocar novas eleições em até 30 dias. Nesta terça, a Mesa de Unidade Democrática (MUD), principal organização da oposição venezuelana, enviou uma carta à OEA (Organização dos Estados Americanos) alertando que qualquer cenário alternativo representaria uma ruptura democrática no país. Nesta segunda, o assessor especial da Presidência brasileira Marco Aurélio Garcia disse que o Brasil apoia a tese chavista de que a posse pode ser adiada. Outros líderes da região também já demonstraram respaldo, em especial o boliviano Evo Morales e o uruguaio José Mujica, que anunciaram que viajarão a Caracas para comparecer a um ato de "não-posse" convocado pelos chavistas também na quinta.
SAÚDE Segundo o último boletim médico, divulgado na noite de segunda (7), Chávez está em "situação estável" em relação à insuficiência respiratória que teve após uma infecção pulmonar. Em cadeia de rádio e televisão, o ministro da Comunicação venezuelano, Ernesto Villegas, leu um breve comunicado oficial no qual lembrou a "infecção pulmonar sobrevinda no curso do pós-operatório" e assegurou que "o tratamento vem sendo aplicado de forma permanente e rigorosa". Ele disse que pretende manter informada a população venezuelana sobre o presidente, no poder desde 1999, e pediu aos venezuelanos que ignorem as mensagens da "guerra psicológica que pretendem perturbar a família venezuelana". O ministro não descarta que o presidente consiga voltar ao país para assumir o mandato para participar de uma celebração convocada pelos chavistas para quinta (10), que contará com a presença de presidentes de países aliados.
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