Por mais forte que sinalize ser o impacto das prisões dos mensaleiros e simpática a ideia de reformulação das instituições, através da tal nova política, é a economia que tem capacidade de transformar o quadro eleitoral brasileiro. Os dois candidatos de oposição à presidente Dilma Rousseff, o governador Eduardo Campos e o senador  Aécio Neves registraram recuos em suas intenções de votos aferidas nas últimas pesquisas. Ambos apostaram suas fichas em dois caminhos que, até o momento, parecem ligar o “desconfiometro” do eleitor.
A crítica dura ao mensalão empunhada pelo PSDB sempre é combatida pela tréplica petista de um movimento semelhante em Minas Gerais, que, mesmo aparentando não ter nenhuma ligação com Aécio, joga em quem assiste ao debate o questionamento popular do “sujo falando do mal lavado”.
Considerando ainda o escândalo dos trens em São Paulo que passa por governos tucanos, essa impressão ficaria mais recorrente no imaginário de muitos.
Desde o ingresso da ex-senadora Marina Silva no PSB, o governador Eduardo Campos tem apostado em fomentar o desejo de mudança que a população exprime nas mesmas pesquisas de intenção de voto. Cerca de 66% dos entrevistados nas últimas aferições indicam que esperam por ações diferentes do governo.
Porém, apesar do alto percentual dos que esperam por novos ventos na administração federal,  a presidente Dilma vai registrando uma linha crescente na avaliação de governo, além da própria intenção de votos.
As últimas eleições presidenciais mostram claramente que é o andamento da economia do País que faz o eleitor trocar o seu simples desejo de mudança pela disposição de mudar ou confirmar sua opção através do voto. A crise das instituições brasileiras faz com que o brasileiro encare como demagógica a maioria dos discursos de transformação nesse sentido.
Vimos isso em 2006, quando ainda em meio ao escândalo do mensalão o ex-presidente Lula foi eleito. O ataque levou o petista ao segundo turno, mas a falta de uma perspectiva de melhora nos números da economia fizeram o brasileiro reconduzir o cacique-mor do PT. O PSB e o PSDB precisam traduzir para a população os prováveis impactos que a desaceleração econômica poderá ter, em um futuro próximo, no cotidiano das pessoas.