Proposta é defendida pelo grupo Amigos do Trem, que já iniciou a limpeza da linha férrea
Publicado em 27/05/2015, às 08h08
Da Editoria Cidades
Voluntários atuam na capinação da Linha
Tronco Norte. Ação começou no Recife e vai se
estender até Nazaré da Mata
Foto: ONG Amigos do Trem/Divulgação
Enquanto a Prefeitura de Gravatá derruba um pontilhão tombado da linha férrea, a ONG Amigos do Trem começa a capinar 60 quilômetros da ferrovia, do Recife a Nazaré da Mata, para circulação de um trem turístico. O serviço ainda não tem data para entrar em funcionamento, mas até lá os voluntários da ONG vão monitorar os trilhos com um auto de linha.
O veículo, usado na fiscalização das ferrovias, foi cedido pela Transnordestina Logística aos Amigos do Trem e no momento passa por reparos. “Com o carro passando nos trilhos, para fazer a inspeção, ficará claro que a linha não está extinta”, afirma André Cardoso, representante em Pernambuco da ONG nacional.
Segundo ele, a proposta do grupo é criar um circuito partindo do Recife com destino a Camaragibe, São Lourenço da Mata, Paudalho, Carpina e Nazaré da Mata. Cada cidade seria incluída gradativamente nas viagens turísticas. “A limpeza da linha é o primeiro passo desse projeto maior”, declara. A capinação é feita por sócios e colaboradores da ONG.
O trabalho teve início em 9 de maio de 2015 e é feito a cada 15 dias, aos sábados, dependendo da disponibilidade dos voluntários. “Limpamos o trecho da rodoviária (Várzea, Zona Oeste do Recife) à entrada de Camaragibe, até agora”, diz André Cardoso. A ONG pediu permissão à Transnordestina, que tem a concessão desse trecho da ferrovia, para tirar o mato dos trilhos e dormentes.
Paralelamente, a entidade pretende negociar uma máquina sem uso, mas em condições de ser recuperada, para as viagens do trem turístico, aproveitando os atrativos existentes no caminho. “Vamos procurar uma companhia que possa ceder o trem”, informa. O dinheiro arrecado com as passagens ajudaria na compra de combustível. Uma parceria com as prefeituras e o governo do Estado auxiliaria na manutenção do veículo.
O trem circularia na Linha Tronco Norte que, no passado, saía da Estação do Brum, no Bairro do Recife, e seguia até a Estação Rosa e Silva, em Timbaúba, no limite com a Paraíba, antes de ser desativada. A linha principal tem 128,89 quilômetros de extensão.
No Estado do Rio de Janeiro, a ONG Amigos do Trem conseguiu uma máquina com o Dnit, que responde pelas ferrovias brasileiras, e está prestes a lançar o serviço na cidade de Miguel Pereira. “Será o primeiro trem turístico de iniciativa da entidade”, adianta André Cardoso.
Estudioso do assunto, ele disse que o pontilhão derrubado no município de Gravatá fazia parte da Linha Tronco Centro, a primeira (das três linhas troncos de Pernambuco) a ser desativada. “Na década de 70, havia um trem turístico circulando nessa ferrovia e a viagem incluía Gravatá, onde há 14 túneis ferroviários preservados. É possível fazer esse resgate”, comenta.
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