Publicação: 22/07/2015 22:13
Policiais militares tentam conter protesto na favela da Rocinha pelos dois anos de desaparecimento do ajudante de pedreiro Amarildo de Souza durante operação policial. Foto: Fernando Frazão/Agência Brasil |
A viúva de Amarildo, Elisabete Gomes da Silva, ficou indignada com a ação da polícia e perguntava, aos gritos, onde estava seu marido. “Dois anos se foram, e são dois anos que não temos resposta. A gente não sabe onde está Amarildo. Eu quero que eles paguem pelos erros que fizeram. Destruíram minha família. Cadê o cadáver de Amarildo? Eu quero respostas sobre onde estão os restos mortais de meu marido”, falou Elisabete.
O filho de Amarildo, Emerson Gomes da Silva, disse que a família sofre sem poder dar um enterro digno ao pedreiro, que sumiu no dia 14 de julho de 2013, depois de ser levado por policiais militares para a base da Unidade de Polícia Pacificadora (UPP), no alto da favela. “Até hoje a família está angustiada, sem ter os restos mortais dele. Quero achar o corpo do meu pai, porque eles sabem onde está”, acredita.
Após cerca de dez minutos de confrontos entre PMs e manifestantes, uma parte da via foi liberada ao trânsito, que seguiu em meia pista. Durante a confusão, um dos policiais tentou arrancar uma faixa de protesto das mãos dos manifestantes. Outros policiais tentaram algemar um dos ativistas, mas foram impedidos. O ex-comandante da UPP, major Edson Santos, e 24 policiais ainda aguardam julgamento. Eles foram indiciados por tortura, ocultação de cadáver, fraude processual e formação de quadrilha pelo sumiço do pedreiro.
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