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terça-feira, 21 de julho de 2015

Em alto nível, Lula faz a lista do “compare e comprove” com a gestão FHC

Lula_Blogueiros06_2014

Fernando Brito, via Tijolaço

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Em artigo publicado no site do Instituto Lula, o ex-presidente faz comparações irrespondíveis entre o Brasil de hoje e aquele que ele encontrou ao assumir o governo. Reproduzo o texto ao final, mas tomo a liberdade de fazer uma lista, simplificada e mais fácil de absorver, das comparações feitas por ele.


É isso o que deve ser mostrado ao eleitor, para sua decisão de votar, porque é a realidade, não a espuma batida e misturada pelo “liquidificador” da mídia. Porque é isso que define o vigor econômico do país e, com ele, a renda, o emprego, os recursos para investimentos sociais, para a modernização do serviço público.


Aos dados econômicos de Lula, portanto:
● O Produto Interno Bruto, soma das riquezas produzidas no país, era, em 2003, o equivalente a US$550 bilhões, hoje supera os US$2,1 trilhões. Quatro vezes maior, portanto.
● O comércio exterior passou de US$119 bilhões anuais em 2003 para US$480 bilhões em 2013, também quatro vezes maior.
● O investimento estrangeiro direto, que foi de US$63 bilhões, contra os US$16,6 bilhões de 2002, quando já não havia quase nada mais a ser vendido na quitanda de Fernando Henrique Cardoso. Ou seja, quase quatro vezes mais.
● Inflação de 12,5% em 2002 para 5,9% em 2013, reduzida a menos da metade.
● Dívida pública líquida diminuída praticamente à metade; de 60,4% do PIB para 33,8%.
● Reservas cambiais de 376 bilhões de dólares em reservas, quase dez vezes maiores do que os 38,8 bilhões de 2002.
● Geração de empregos: até fevereiro, foram 20,2 milhões de empregos (15,4 milhões com Lula e 4,8 milhões com Dilma), o que dá uma média anual 1,8 milhão de empregos, enquanto nos oito anos de Fernando Henrique Cardoso, que criou 5,02 milhões de vagas, a média era de 627,5 mil vagas anuais. Quase triplicou, portanto, mesmo com uma crise internacional que destruiu 62 milhões de empregos, segundo a OIT.
E Lula poderia ter acrescentado ainda:
● Em dólar, o salário mínimo passou de US$56,33 em dezembro de 2002 (R$200,00 para o dólar a R$3,55), para US$321,77 em março deste ano (RS$724,00 para o dólar a R$2,25). Ou, para corrigir pela inflação interna, aumento real de 86,7% desde aquela data, usando o INPC como indexador.
Será que dá, Aécio, sequer para conversar?
Leiam o artigo de Lula:
Luiz Inácio Lula da Silva
Nos últimos meses têm surgido na mídia internacional alguns juízos apressados e superficiais sobre um inevitável declínio econômico dos chamados países emergentes e a sua suposta “fragilidade”.


Os que pensam assim não compreendem o alcance das transformações que o mundo viveu nas últimas décadas e o verdadeiro significado do salto histórico que deram países como a China, a Índia, o Brasil, a Turquia e a África do Sul, entre vários outros. Não percebem que a economia desses países, além de crescer de modo extraordinário, passou também por uma mudança de qualidade. Tornou-se mais diversificada, eficiente e profissional. E muito mais rigorosa e prudente do ponto de vista macroeconômico, sobretudo no que se refere às políticas fiscal e monetária. Não levam em conta que os países emergentes, com tremendo esforço e determinação, reduziram sistematicamente a sua vulnerabilidade interna e externa e agora estão muito mais aptos a enfrentar as oscilações econômicas globais. Por isso, quem os avalia por critérios superados, de décadas atrás – os estereótipos sobre as eternas mazelas do “terceiro mundo” – acaba subestimando a sua solidez e o seu potencial de crescimento.


Até pelos erros de avaliação cometidos na véspera da crise de 2008, quando grandes empresas norte-americanas e europeias à beira da falência eram consideradas por muitos analistas como modelo de solidez e competência, penso que seria recomendável maior objetividade nos diagnósticos e, principalmente, nos prognósticos.



Um dos principais ensinamentos a tirar da crise, que não surgiu nas nações em desenvolvimento, mas nos países mais ricos do planeta, é que as opiniões sobre as economias e o destino dos países devem evitar tanto o elogio inconsistente quanto o alarmismo sem fundamento. A busca equilibrada da verdade é sempre o melhor caminho. E isso supõe examinar de perto, meticulosamente, sem preconceitos nem velhos clichês, a economia real de cada país.


Os países emergentes, obviamente, não estão nem nunca estiveram isentos de desafios. Integrados ao mercado mundial, tem que lidar com as consequências de um maior ou menor dinamismo da economia global. Mas hoje não dependem exclusivamente das exportações que, apesar da crise, mantiveram um volume muito expressivo. Os países emergentes criaram fortes mercados internos, ainda com enorme horizonte de expansão. A retomada dos Estados Unidos e da Europa não torna essas economias menos atrativas para o investimento estrangeiro, que continua a chegar em grande quantidade. As economias desenvolvidas precisam, mais do que nunca, de mercados ainda elásticos para a sua produção, e esses mercados estão principalmente na Ásia, na América Latina e na África. Sem falar que o crescimento norte-americano e europeu tende a favorecer o conjunto do comércio mundial.
A queda no ritmo de crescimento dos emergentes costuma ser exemplificada com a situação da China, que chegou a crescer 14 por cento ao ano e hoje cresce em torno de 7%. É evidente que, com a desaceleração dos países ricos, a China não poderia manter a mesma velocidade de expansão. O que se esquece, porém, é que 10 anos atrás o PIB da China era de cerca de 1.6 trilhão de dólares e hoje é de quase 9 trilhões de dólares. A taxa de crescimento é menor, mas sobre uma base muitíssimo maior. Além disso, deixou de ser um país quase que exclusivamente exportador, para desenvolver também o seu mercado interno, o que demanda novas importações. Por outro lado, graças à imensa poupança e acúmulo de reservas, a China passou a ser uma importante fonte de investimentos externos na Ásia, na África e na América Latina.



Embora sejam economias menores do que a China, os outros emergentes, com diferentes ritmos de crescimento – mas sempre crescendo – também apresentam boas perspectivas.


É o caso do Brasil, que está sabendo ajustar-se ao novo cenário internacional e tem condições concretas não só de manter as suas conquistas econômicas e sociais, mas de continuar avançando.



Os dados da economia brasileira falam por si. No último decênio, o Brasil conseguiu tornar-se em vários aspectos um novo país. O PIB, que em 2003 era de 550 bilhões de dólares, hoje supera os 2.1 trilhões. Somos hoje a sétima economia do mundo. O comércio externo passou de 119 bilhões de dólares anuais em 2003 para 480 bilhões em 2013. O país tornou-se um dos seis maiores destinos de investimento externo direto, recebendo 63 bilhões de dólares só no ano passado, de acordo com as Nações Unidas. É grande produtor de automóveis, máquinas agrícolas, celulose, alumínio, aviões; e líder mundial em carnes, soja, café, açúcar, laranja e etanol.



Baixamos a inflação de 12.5 por cento em 2002 para 5.9 por cento em 2013. Há dez anos consecutivos ela permanece dentro dos limites estabelecidos pela autoridade monetária, mesmo com a aceleração do crescimento. Reduzimos a dívida pública líquida praticamente à metade; de 60.4 por cento do PIB para 33.8 por cento. Desde 2008, o país fez superávit primário médio anual de 2.5 por cento, o melhor desempenho entre as grandes economias. E a Presidenta Dilma Rousseff anunciou o esforço fiscal necessário para manter a trajetória de redução da dívida em 2014.


Com 376 bilhões de dólares em reservas, dez vezes mais do que em 2002. Diferentemente do passado, hoje o Brasil pode lidar com flutuações externas ajustando o câmbio sem turbulências nem artifícios.


Esses resultados poderiam ter sido ainda melhores, não fossem os impactos da crise sobre o crédito, o câmbio e o comércio global. A recuperação dos Estados Unidos é uma excelente notícia, mas neste momento a economia mundial reflete a retirada dos estímulos do FED. E, mesmo nessa conjuntura adversa, o Brasil cresceu 2.3 por cento no ano passado, um dos melhores resultados dentre os países do G-20 que já divulgaram os indicadores de 2013.
O mais notável é que, desde 2008, enquanto o mundo, segundo a OIT, destruiu 62 milhões de empregos, o Brasil criou 10.5 milhões de novos postos de trabalho. A taxa de desemprego é a menor da nossa história. Não vejo indicador mais robusto da saúde de uma economia.
Há uma década o país trabalha ativamente para ampliar e modernizar a sua infraestrutura. Aumentamos a capacidade energética de 80 mil MW para 122 mil MW e estamos construindo três hidrelétricas de grande porte. Além disso, o governo lançou um vasto programa de concessões de portos, aeroportos, rodovias, hidrovias e distribuição e geração de energia no valor de mais de 170 bilhões de dólares.
Recentemente estive com investidores globais, em Nova Iorque, mostrando como o Brasil se prepara para dar passos ainda maiores na nova etapa da economia mundial. Pude comprovar que eles tem uma visão ao mesmo tempo realista e positiva do país e do seu potencial de crescimento. Seguirão investindo no Brasil e, com certeza, terão bons resultados, crescendo junto com o nosso povo.



O novo papel que os países emergentes assumiram na economia global não é algo efêmero, transitório. Eles vieram para ficar. A sua força evitou que o mundo mergulhasse, a partir de 2008, numa recessão generalizada. E não será menos importante para que a economia global volte a ter um ciclo de crescimento sustentado.






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