Denúncia de que presidente da Câmara teria recebido propina aumenta pressão por sua saída
Publicado em 19/07/2015, às 23h25
Do JC Online
Não custa nada Cunha deixar o cargo
temporariamente, disse Jarbas
Lia de Paula/Agência Senado
A denúncia de que Eduardo Cunha (PMDB-RJ) teria recebido US$ 5 milhões em propina no esquema da Petrobras tem sido avaliada como grave por um grupo de deputados federais, que passou a pregar sua saída temporária da presidência da Câmara dos Deputados.
Fundador do PMDB, o deputado federal Jarbas Vasconcelos (PE) uniu-se neste domingo (19) ao vice-líder do governo na Câmara dos Deputados, Sílvio Costa (PSC-PE), e à bancada federal do PSOL na defesa do afastamento imediato do peemedebista.
"Como ele vai ficar na presidência da Câmara dos Deputados acusado como foi, com todas as letras e toda clareza possível, por uma pessoa que diz que ele pediu US$ 5 milhões? Fica difícil, imensamente complicado. Não custa nada deixar o cargo temporariamente", disse.
Na sexta-feira (17), um dia após a revelação do depoimento do lobista Júlio Camargo, a bancada federal do PSOL e o vice-líder do governo na Câmara dos Deputados também defenderam o afastamento do peemedebista.
OPORTUNISTA
Para Vasconcelos, a denúncia contra Cunha é "extremamente grave" e a reação do peemedebista tem sido "oportunista".
"Eu acho que ele está em um comportamento, no meu ponto de vista, extremamente oportunista de aproveitar um governo fragilizado para criar dificuldade", afirmou.
No dia seguinte à revelação do depoimento, Cunha acusou o governo federal de articular seu envolvimento Operação Lava Jato e anunciou seu rompimento com o Palácio do Planalto, decisão não acompanhada pelo PMDB.
Ele também decidiu organizar pedidos de impeachment entregues nos últimos meses à Câmara dos Deputados e pretende ter um parecer sobre o assunto em 30 dias.
O afastamento do cargo de políticos envolvidos na Operação Lava Jato também foi defendido neste domingo (19) pela ex-senadora Marina Silva, candidata à sucessão presidencial em 2014.
Em artigo publicado pelo G1, ela ressaltou, sem citar nomes, a necessidade de que denunciados formalmente por envolvimento no escândalo deixem seus cargos para evitar interferências nas decisões.
"Quando as investigações resultarem em provas e denúncias formais ao Supremo Tribunal Federal, devemos exigir o afastamento dos que ocupam cargos cujos poderes possam interferir nas decisões", escreveu.
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