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quinta-feira, 22 de setembro de 2016

22 de set de 2016 A PRISÃO DE MANTEGA E O ESTADO DE DIREITO. A prisão de Guido Mantega, no Hospital Albert Einstein, onde estava acompanhando a esposa, que tem câncer, sem flagrante ou fato novo que a justifique e de maneira absolutamente desnecessária - o ex-ministro é uma figura pública, com endereço conhecido, que teria comparecido normalmente para depor caso tivesse sido intimado a isso, se o objetivo era a preservação de eventuais provas, a questão poderia ter sido resolvida por meio da expedição de mero mandato de busca e apreensão - só se explica pela busca da espetacularidade e de pressão sobre o detido. Ela mostra, de forma inequívoca, a que grau de terror stalinista o Brasil está sendo alçado neste momento, diante do acovardamento do Congresso e das autoridades que deveriam assegurar a prevalência das garantias individuais, da letra constitucional e do Estado de Direito. A ligar o ex-ministro a um suposto caso de propina, que teria sido encaminhada não a ele, mas a "publicitários" não identificados pela imprensa, há apenas uma declaração da polêmica figura de Eike Batista, que alega ter feito tal contribuição, também supostamente, em benefício do PT, a seu pedido. Homem de reputação ilibada, Guido Mantega nunca foi beneficiado pessoalmente - ao contrário da cambada de bandidos enviados para casa pela Operação Lava-Jato em troca de delações premiadas, a maioria delas sem provas materiais, e todas com óbvias e ululantes conotações políticas - por um único centavo de dinheiro alheio. Odiado pela malta neofascista tupiniquim, que contra ele tem protagonizado uma série de agressões covardes - uma delas foi no próprio Hospital Albert Einstein, no ano passado - e o acusa, hipocritamente de ter contribuído para o "descalabro" da economia, para essa gente, na verdade, seu maior crime, parece ter sido o de colaborar com um projeto que tirou o Brasil da decima-quarta economia do mundo e o levou para o oitavo posto em pouco mais de 10 anos; que pagou a divida com o FMI, de 40 bilhões de dólares, em 2005; que diminuiu a Divida Bruta Pública, de 80% em 2002 para menos de 70%, agora; que cortou pela metade a divida líquida pública, de 60 para 35% do PIB; que economizou 370 bilhões de dólares em reservas internacionais, quase 1.5 trilhão de reais, que estão no banco e que transformaram o Brasil no quarto maior credor individual externo dos EUA - procurem por Major Foreign Holders no Google. Se pagou a quantia e sabia estar cometendo corrupção ativa, Eike Batista cometeu um crime, que só confessou cinco anos depois do fato. Porque ele não foi preso, temporariamente, da mesma forma que Mantega, que sequer viu a cor do dinheiro? Aguarda-se, agora, a posição da defesa do ex-ministro, e a resposta do STF a essa arbitrariedade, mais um desafio que se coloca à autoridade da Suprema Corte, como o novo bloqueio bilionário decretado, esta semana, sem sustentação legal, contra empreiteiras, pelo TCU.


"Foi uma desumanidade inaceitável. A operação não deveria chamar Arquivo X, mas sim Operação Boca de Urna", criticou o presidente do PT, Rui Falcão; ex-ministro Guido Mantega foi preso enquanto acompanhava a mulher, com câncer, em uma cirurgia no Hospital Albert Einstein, em São Paulo; em coletiva, a PF lamentou que a prisão de Mantega tenha ocorrido hoje, mas que "coincidências tristes" acontecem
22 DE SETEMBRO DE 2016 ÀS 11:10

247 - O presidente do PT, Rui Falcão, afirmou que a prisão do ex-ministro Guido Mantega na nova fase da Operação Lava Jato, deflagrada nesta quinta-feira (22) pela Polícia Federal, visa causar desgaste ao partido às vésperas das eleições municipais. "Foi uma desumanidade inaceitável. A operação não deveria chamar Arquivo X, mas sim Operação Boca de Urna", disse.
Falcão afirmou estar "revoltado" com a maneira pela qual Mantega foi preso e destacou que o "estilo de arbitrariedade e violação de direito" dos membros que integram a força-tarefa da Lava Jato é "insuportável". O ex-ministro foi preso quando acompanhava a mulher que está sendo operada de um câncer no Hospital Albert Einstein, em São Paulo.
"Não é possível que as pessoas suportem esse tipo de violência. Ele é ex-ministro, tem endereço fixo, já foi feita uma busca e apreensão na casa dele e ele não fugiu", disse o presidente PT em entrevista à Folha de São Paulo. "Apurem o que quiserem, mas isso não é aceitável. A maneira como é feita [a prisão] é midiática, faz parte do espetáculo", disparou.
Por meio de nota, a PF negou que a prisão de Mantega tenha acontecido dentro das dependências do hospital. "Nas proximidades do hospital, policiais federais fizeram feito contato telefônico com o investigado, que se apresentou espontaneamente na portaria do edifício", diz o texto da nota.

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