Uma mulher de 31 anos se suicidou em Nápoles, na Itália, após um vídeo íntimo ter sido vazado e replicado por mais de 100 mil páginas da internet. Tiziana Cantone foi encontrada morta na casa da mãe dela, onde tinha se "refugiado" após as imagens terem se tornado virais.
O procurador de Nápoles, Francesco Greco, e a procuradora-substituta, Rossana Esposito, já informaram que abriram uma investigação sobre a hipótese de um crime de instigação ao suicídio.
O caso começou há alguns meses, quando Tiziana compartilhou a gravação com poucos amigos em uma rede social. Não apenas a mulher teria dividido as imagens, mas somente o vídeo dela foi divulgado por um dos membros desse grupo. Assim, iniciou uma reprodução em cadeia da gravação e o vídeo foi replicado por milhares de outras redes sociais e para sites de pornografia.
Por causa da repercussão, a jovem precisou parar de trabalhar no bar da família e mudou-se de cidade. Também já havia entrado com um processo para mudar seu sobrenome e tentar recomeçar.
Tiziana entrou na Justiça para a remoção dos vídeos dos diversos sites. A sentença deu razão para ela e obrigou que sites e portais, como o Facebook, a ressarcissem em 20 mil euros e removessem as imagens e comentários ofensivos. No entanto, a juíza Monica Marazzo também condenou a jovem a ressarcir o mesmo valor por estar "consciente" da gravação. A sentença foi proferida no dia 8 de agosto.
O caso está gerando grande revolta, comoção e debate entre os italianos. Por causa disso o comissário sobre a privacidade online, Antonello Soro, pediu que as pessoas sejam mais "respeitadas".
— É preciso ter procedimentos de resposta mais decisivos por parte das diversas plataformas, mas é também preciso aumentar o respeito às pessoas na rede. Nesta perspectiva, é cada vez mais urgente um forte investimento na educação digital para promover uma cultura e uma sensibilidade adequada às novas formas de expressão do mundo online.
Fonte: noticias.r7
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